O projeto Slowmovie ajuda os paulistanos a aproveitar o ócio do verão do lado de fora
Incomodada com a falta de interação dos paulistanos com seus espaços verdes, a publicitária paranaense Tatiana Weberman, 36 anos, que vive em São Paulo desde os 17, começou a produzir o Slow Movie – projeto que tem como principal objetivo desacelerar a vida daqueles que vivem a rotina frenética da cidade e promover a interação dos habitantes com seus espaços públicos.
Cansada das noites maldormidas por causa do ritmo intenso de trabalho em agências, Tatiana resolveu ir atrás de um estilo de vida menos estressante. Nessa busca, um curso sobre pesquisas de tendências que fez no Istituto Europeo di Design (IED), em Barcelona, no ano passado, chamou sua atenção para o SlowMovement. “Esse movimento é uma tendência mundial e tem três conceitos básicos: sustentabilidade, desaceleração e aumento do tempo ocioso”, explica Tatiana. “O Slow Movie foi a maneira que encontrei de trazer as pessoas para os parques e promover essa experiência em São Paulo”, conta.
O primeiro Slow Movie aconteceu em maio, na praça do Pôr do Sol, no bairro Alto de Pinheiros. Na ocasião, o clássico dos anos 80 E.T. – O extraterrestre foi exibido para 800 pessoas. “Achei que seria bacana para as pessoas da nossa idade, que assistiram ao filme quando crianças, se reconectarem com a mesma emoção da
época”, diz a publicitária. Em outubro foi a vez de Cinema Paradiso, que reuniu 1.200 pessoas no parque Burle Marx, no Morumbi. “O ambiente externo envolve as pessoas. Elas se sentem livres para se manifestar durante o filme. Algumas aplaudem, outras gritam, é demais”, conta Tatiana.
Além do clima despretensioso no parque, com cangas estendidas na grama, diversos piqueniques, chá-mate gelado e pipoca, o projeto envolve oficinas para a produção de objetos reciclados, que servem de “bituqueiras”, intervenções artísticas e shows. Tudo gratuito, com o apoio de marcas que se identificam com o conceito da programação. “O mais bacana é ver que depois do evento o parque fica mais limpo do que antes de ele acontecer”, diz Tatiana.
Em parceria com a produtora BlueCanario Films, ela promete que o Slow Movie será mais frequente durante o verão paulistano e terá pelo menos uma exibição por mês, a partir de dezembro.
Vai lá: Slow Movie
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