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por Layse Moraes

Emilio Fraia e DW Ribatski lançam graphic novel sobre a jornada - externa e interna - de dois irmãos

Será lançada nessa quinta-feira, 20 de junho, a graphic novel Campo em branco, do escritor Emilio Fraia e do quadrinista DW Ribatski. A história gira em torno do reencontro de dois irmãos, Mirko e Lucio, em uma cidade estrangeira. Não se sabe ao certo a localização dela e nem como eles chegaram ali. O que se sabe é que eles estão refazendo uma viagem de infância, quando visitaram uma cidade nas montanhas. A jornada desses dois irmãos é uma história sobre a ausência, com toques de montanhismo, corridas de cachorro e física quântica. É também uma trama sobre família e memória, cercada de suspense e humor, doçura e medo.

Foram quatro anos de trabalho até Campo em branco estar pronta para a publicação. “Essa é uma questão da parceria: conciliar horários, quando um pode o outro não pode etc. Mas, nesse tempo, nunca deixamos de pensar no álbum. O argumento é o mesmo, desde o início. E a cor também, o azul. Detalhes do enredo e características dos personagens nós fomos criando, lapidando ao longo do processo. O que demorou um pouco mais para acertarmos - e isso mudou bastante desde as primeiras versões - foi o ritmo, a maneira de decupar as cenas, pensar as páginas. Num romance, para além do enredo, a forma está nas palavras, na maneira como o escritor estrutura a narrativa. Numa graphic novel, essa forma está predominantemente no traço, nas imagens. O DW e eu discutimos e conversamos muito sobre enquadramento, ritmo, foco narrativo, tom etc. E isso foi mudando bastante. O livro tem 176 páginas. Por baixo, o DW deve ter desenhado umas 300, que fomos - com dor no coração - condensando, cortando, mudando ou simplesmente descartando”, diz Emilio.

Ele também deixa claro que a referência à cor branca - ou, melhor, à ausência de todas as cores - carrega muitos significados para além do título: “O branco tem a ver com a história, que é sobre ausência, sobre não lembrar, sobre uma certa lacuna entre as pessoas e as experiências. Durante o processo acabamos meio que obcecados pelo branco e, principalmente, pela maneira como percebemos o branco na página, que climas e sensações poderíamos criar explorando esta que é a cor da falta, daquilo que não se diz ou não se entende, da ambiguidade e da incompletude, da bolinha de pingue-pongue e do silêncio.”

Vai lá: Lançamento de Campo em branco, Emilio Fraia e DW Ribatski
Quando: Quinta-feira, 20 de junho, às 19h30
Onde: Espaço Revista Cult (R. Inácio Pereira da Rocha, 300 - Pinheiros - São Paulo/SP)

(*) Layse Moraes é uma jornalista apaixonada por livros e mantém o blog Coração Nonsense

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