Vivendo uma relação de amor e ódio com o Facebook? Existe vida fora da rede de Zuckerberg
Tem sido intenso ver 2014 passar no Facebook. Entre a Copa do Mundo, eleições, mortos e feridos, o nosso feed anda mais hostil do que nunca: bélico, exigente e, por vezes, surreal. Sobram opiniões fortes formadas só por manchetes, bate-boca político sem propósito e doses de assédio moral. Sem falar das caixas de comentários, essa eterna quinta série B. Se você está disposto a perder uns 70% da sua vida social digital, sair de lá é uma opção, mas esteja preparado para viver como um pária. As microrredes e as redes sociais de nicho são um ótimo jeito de balancear a loucura do Facebook sem ter que abandonar suas facilidades. Nelas, cada vez menos pessoas conversam mais entre si. Enquanto isso, Mark Zuckerberg tenta descobrir como manter 1,23 bilhão de pessoas em diálogo constante.
Não é por acaso o boom dos apps mensageiros como o WhatsApp: canais diretos nos dispersam menos e permitem acompanhar a vida dos que nos querem por perto de verdade. O aplicativo Path nasceu como uma microrrede onde você pode ter um número limitado de amigos e é focado em compartilhar momentos mais verdadeiros do dia a dia. O seu status diz se você está perto de algum amigo, se está se locomovendo ou com pouca bateria. Além de texto, dá para mandar músicas, mapas, livros e a conversa toda desaparece dos servidores da empresa (e não do seu celular) após 24 horas. Uma espécie de snapchat de adulto.
Tem também o Couple, a menor rede social do mundo, onde só você e o seu amor podem interagir. Uma bênção que concentra toda a cafonice de um casal apaixonado. No site MealSharing, você convida pessoas com paladar semelhante para testar uma receita ou aprender uma nova, e, no Line for Heaven, católicos buscam devotos com interesses semelhantes. Quando falamos em nicho, não estamos exagerando: o app My Free Implants é uma rede onde mulheres que querem colocar silicone buscam homens para financiar a cirurgia. #quetal?
Diana Assennato e Natasha Madov, jornalistas e geeks assumidas, são criadoras do blog Ada.vc, onde falam sobre tecnologia, internet e cultura digital com um olhar feminino