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Não se perca na Mostra!

por Ana Luisa Abdalla

300 filmes em cartaz na 39ª Mostra Internacional de Cinema de SP. A gente pergunta: qual é imperdível?

Em todos os anos, quando sai a programação completa da Mostra Internacional de Cinema, a dúvida é a mesma: o que ver? Afinal, entre 22 de outubro e 4 de novembro serão mais de 300 filmes exibidos, entre novos e antigos, originados de mais de 60 nacionalidades diferentes, com debates e apresentações especiais. Pensando nisso, a Tpm conversou com cineastas, críticos, atores e estudantes de cinema para saber o que tem de mais legal rolando e as apostas do que você não deve perder:

Quero ver As 1001 noites, do Miguel Gomes. É um filme que mistura ficção e realidade e fala sobre a crise econômica em Portugal. Tem uma Sherazade que vai contando histórias relacionadas às dificuldades que as pessoas enfrentam no país hoje. O diretor contratou uma equipe de jornalistas para levantar essas histórias.”

Petra Costa, cineasta, diretora de Elenae Olmo e a Gaivota
 

“No topo da minha lista de filmes dessa Mostra está Mate-me por favor, da Anita Rocha da Silveira. O filme gira em torno de um grupo de jovens que começam a ser diretamente afetados por uma onda de assassinatos; tudo isso levado por uma leveza muito característica do cinema independente, fazendo um filme de personagens, de momentos, acima de um grande arco dramático”.

Gustavo Belschansky , estudante de cinema da FAAP
 

“Quero ver Califórnia, da Marina Person, um filme que retrata os anos 80. Vivi intensamente a música e as loucuras da época. Perdi muitos amigos para a Aids. Quero ver e ouvir The Cure, David Bowie, Smiths e cia. Meu filho, Pedro Goifman, atua no longa.”

Kiko Goifman, cineasta

“Surgindo um espaço na agenda, vou aproveitar alguns filmes da retrospectiva Film Foundation. São pérolas da história do cinema mundial que, não fosse pela iniciativa de pessoas como Scorcese, estariam perdidas.

Quero ver especialmente: Garota Negra (1966), de Ousmane Sembène. Pela sinopse, o tema não poderia ser mais contemporâneo: imigração continental e luta de classes. Meu Único Amor (1927), de Sam Taylor. Exibição ao ar livre no Auditório Ibirapuera, e acompanhamento musical da Orquestra Sinfonica Heliopolis. E Limite (1931), de Mario Peixoto. Seguido de debate com Walter Salles e Margaret Bodde”.

Maeve Jinkings, atriz do premiado O Som ao Redor.
 

“Esse ano gostaria de assistir ao curta Matriarcado, que é um dos filmes de pauta feminista da 39°Mostra. A sinopse conta que estão em cena mais de cinquenta mulheres juntas, conversando e discutindo a condição de Mulher na sociedade contemporânea. O filme é polonês, mas além das brancas magras de olhos azuis, estão também em cena mulheres negras, gordas, lésbicas e outros tipos não tão comuns nas telonas. Além disso, o trailer apresenta traços de linguagem documental, mas a sinopse o classifica como 'ficção'. Instigante”

Anna Paula Furtado, estudante de jornalismo da FAAP
 

 

Garota Negra (Senegal, 1966), de Ousmane Sembène. Por que não é todo dia que se consegue assistir a uma obra-prima e rara do cinema africano em cópia restaurada pela Film Foundation.”

Cássio Starling Carlos, crítico de cinema

 

“O filme que mais me surpreendeu foi A Terra e a Sombra. Colombiano, ele consegue se livrar da coisa pitoresca do cinema latino, que costuma apostar no exótico, cultural. Ele tem isso e tem também um viés social forte, que é algo bem comum do cinema latino-americano, mas foca muito mais nos personagens, no humano. É o primeiro filme do diretor e ele conseguiu mostrar muita técnica, com uma fotografia belíssima. Foi o vencedor da Caméra D’Or, prêmio para o melhor diretor estreante, no festival de Cannes desse ano”.

Chico Fireman é jornalista e autor do blog Filmes do Chico. Em 6 dias já viu 30 filmes da Mostra e pretende chegar a 65 (ou mais!).

 

Vai lá: Confira a programação completa em:39.mostra.org





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