Mariana Perroni, médica, blogueira do Palpitação

por Redação

”Só vou me considerar livre quando parar de ouvir que, como mulher, eu devia ter escolhido uma especialidade menos pesada”, diz a intensivista

A médica intensivista Mariana Perroni é uma das convidadas desta edição da Casa Tpm. Apaixonada pela profissão e pela escrita, mantém o blog Palpitação no site da Tpm, em que dá dicas de saúde e também ajuda a gente a desmitificar algumas informações que vemos por aí. 

"Só vou me considerar livre quando eu parar de ouvir gratuitamente de colegas de profissão que, como mulher, eu devia ter escolhido uma especialidade menos 'pesada'"

Conversamos com ela para saber suas expectativas para o evento deste ano.

Quais são as dores e delícias de ser mulher hoje? 
Houve inúmeras conquistas fantásticas, mas nada foi deixado de lado. Eu explico: finalmente notamos cada vez mais mulheres atingindo a independência profissional e financeira. Mas pouquíssimas capazes de se libertarem do "protocolo social" e abandonarem a prisão do "TEM QUE". Tem que casar, tem que ter filhos e ser mãe exemplar, tem que cuidar do marido, tem que saber cozinhar, estar sempre de cabelo escovado e unha feita... O conflito e a ansiedade são certos, pois ganha-se novas obrigações sem que as antigas (e ultrapassadas) tenham sido abandonadas. É inevitável que as mulheres se sintam sobrecarregadas.

Conquistamos muitas coisas profissionalmente, nos relacionamentos, no poder de decisão e de expressão, mas você se sente livre mesmo? 
Acho que só vou me considerar realmente livre quando eu parar de ouvir gratuitamente de colegas de profissão (homens E mulheres) que, como mulher, eu devia ter escolhido uma especialidade menos "pesada" do que trabalhar com pacientes graves em ambiente de UTI, pois os plantões prejudicam em muito "a criação dos filhos" e a "atenção ao marido".

Qual é sua expectativa em relação à Casa Tpm? 
Estive no evento no ano passado e adorei. Sinceramente, não consigo me recordar de uma situação em que eu tenha tido tantas conversas ricas em um ambiente tão agradável. A catarse de perceber que não se está sozinha nesse momento de transição na história feminina é um poderoso catalisador de mudanças. Na própria vida e no ambiente em que estamos inseridas.

Vai lá: Casa Tpm 2013
Quando? 17 e 18 de agosto
Onde? Nacional Club - R. Angatuba, 703 - Pacaembu, São Paulo

 

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