por Ben&Jerry´s

Por que representatividade LGBT importa?

apresentado por Ben&Jerry´s

A Casa Tpm, em mesa patrocinada por Ben & Jerry’s, abriu espaço em sua programação para discutir pautas prioritárias para a população LGBT+: educação para a diversidade e criminalização da LGBTfobia

Diversos setores da população – entendidos como minorias ou tratados como tal – são muito pouco representados no legislativo brasileiro. Atualmente, dos 504 congressistas, só um é declaradamente gay, 20% são negros e 10% são mulheres. A falta de políticas específicas para garantir os direitos desses grupos, em especial da população LGBT+, ajuda a explicar dados muito preocupantes. Para citar um único exemplo, em 2017, a cada 25 horas uma pessoa LGBT+ foi assassinada por crime de ódio no país, segundo dados divulgados pelo Grupo Gay da Bahia (GGB).

Na tentativa de reverter esse quadro, o #VoteLGBT – coletivo não institucionalizado e autogerido que se dedica à construção contínua de um debate sobre a representatividade LGBT+ na política estatal brasileira – foi às ruas descobrir quais são as pautas mais importantes para a comunidade e o que esperam dos políticos. Foram entrevistadas 1,2 mil pessoas nas ruas – na Parada do Orgulho LGBTI+ e na Caminhada de Visibilidade Lésbica, em São Paulo – e 6 mil, na internet. Entre várias pautas importantes, duas se destacaram como prioritárias: educação para a diversidade e criminalização da LGBTfobia.

Com o patrocínio da Ben & Jerry's, marca que defende a causa LGBT+ globalmente desde 1978, a Casa Tpm 2018 abriu espaço em sua programação para discutir esses dois assuntos tão complexos quanto importantes. A mesa "Comunidade LGBT+ e Democracia" reuniu um time de especialistas de peso: o jornalista Iran Giusti, a programadora Daniela Andrade e a cantora Ericah Azeviche, além da escritora e colunista da Tpm Milly Lacombe, responsável pela mediação. A youtuber Jessica Tauane, do Canal das Bee, estava na plateia e achou a iniciativa positiva. “Essa pesquisa do #VoteLGBT é muito importante porque evidencia a necessidade de discutirmos questões políticas. Não dá para lutar por direitos para a população LGBT+ sem isso”, disse.

No palco, Iran Giusti, fundador da Casa1 – projeto de cultura e acolhimento LGBT –, destacou um ponto delicado na questão da criminalização da LGBTfobia. "A gente sabe que, no Brasil, só os negros e pessoas da periferia são presos. Eu não acredito nesse tipo de punitivismo, acredito em repensar os processos", afirmou.

Daniela Andrade, mulher trans e diretora do Grupo de Advogados pela Diversidade Sexual e de Gênero, lembrou que o Brasil é o país que mais mata travestis e transexuais no mundo. "A expectativa de vida dessa população é de 35 anos. Éramos considerados doentes mentais até semana passada", completou, referindo-se à retirada da transexualidade da lista de doenças mentais da Organização Mundial da Saúde, em junho deste ano.

A escritora Milly Lacombe perguntou aos participantes da mesa se o caminho para a mudança não seria educar os quatro cantos do Brasil para a diversidade. Ericah Azeviche respondeu que ainda precisamos ensinar as pessoas a aceitarem as diferenças, mas lembrou que a educação política também é fundamental. "Se queremos ver alguma mudança no mundo, precisamos educar a população para o poder do voto. A política desenha nossas vidas e a gente precisa entender o judiciário, o legislativo e o executivo para ter esperança.”

Ao fim da conversa, representando o coletivo #VoteLGBT, Gui Mohallem e Felipe Oliva subiram ao palco para falar um pouco mais sobre a pesquisa que apontou as pautas da mesa e concluíram: "Se acreditamos na democracia, precisamos lutar para colocar mais gente de todos os grupos minorizados no poder. Juntos, somamos 80% da população do Brasil".  

O #VoteLGBT, junto a coletivos de outros grupos minorizados, organiza, desde 2014, uma plataforma para que eleitoras e eleitores possam encontrar candidaturas favoráveis aos direitos humanos.

Para conhecer mais, visite  www.merepresenta.org.br www.votelgbt.org.

 

 

 

 

 

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