Arthur Fumíssimo

por Arthur Veríssimo
Trip #207

Nosso repórter excepcional mostra parte de sua exótica coleção de maços

Entre as memórias da minha infância, me recordo com carinho de curtir, junto ao meu pai, suas maravilhosas coleções de selos e moedas. Os grafismos,os desenhos e as imagens de todos os cantos do planeta dos selos me chamavam muito a atenção. Eu viajava naquela selva de papeizinhos impressos, e podem ter certeza de que aqueles selos foram a mola propulsora do viajante e colecionador compulsivo que me tornei. Ao longo da minha vida colecionei uma imensidão de itens prazerosos e duvidosos: gibis, bolinhas de gude, álbuns de figurinhas, adesivos, livros, estátuas, caixinhas de fósforos, fotos, carrancas, selos, discos, garrafas e embalagens de cigarros.

Nasci em 1959 e fui desde pequeno massacrado pela publicidade tabagista então desarvorada na TV, nas revistas e nos outdoors. Minha primeira coleção de embalagens de cigarro foi nos anos 70, mas acabei perdendo. No início dos anos 90, viajando pela Ásia, resgatei o hábito quando me deparei com um pequeno maço de Shangrila, com uma imagem que remetia ao paraíso. Desde então minha parabólica sempre está captando possíveis maços colecionáveis. Na paralela, procurei na internet outros colecionadores de embalagens dos bastões nicotinosos. Qual foi a minha surpresa ao encontrar no centro de São Paulo a Aceca (Associação de Colecionadores de Embalagens de Cigarros e Afins). Em 2010 realizaram o primeiro encontro em Indaiatuba, interior de São Paulo. Mais de 60 experts reuniram-se e fizeram suas trocas de carteiras e maços. Há até quem tenha embalagens do século 19. A coleção mais alucinante é a de Célio Eisenhut, de Jaraguá do Sul (SC), com 58.634 embalagens. Bem superior à minha, com 434 maços de regiões inusitadas.

 

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