Ela revela o mistério das ruivas e diz estar em seu melhor momento, mais madura e sensual
“Meu poder tá na boca”. Olhando para Adriana Ramos, a Dri, realmente é difícil não reparar. Sua boca devora o olhar, domina o ambiente. O brilho simples da manteiga de cacau nos lábios é suficiente para transformar seu rosto, que também se ilumina com os olhos, entre delicados e maliciosos, e o fogo dos cabelos. “É o mistério das ruivas”, ela explica. Nascida na pequena Rancho Queimado, uma comunidade de alemães no interior de Santa Catarina, ela teve de vencer uma educação rígida para descobrir a própria sexualidade. Modelo profissional, morou em vários países diferentes: México, Grécia, EUA, Inglaterra e Espanha. Hoje, aos 29, casada, mãe de uma menina de dois, acha que está em seu melhor momento, “mais bonita, mais madura, mais sensual”. E a gente concorda.
A seguir, alguns trechos da nossa conversa:
“Toda minha parte sexual aconteceu bem mais tarde. Sou de Rancho Queimado, uma colônia alemã no interior de Santa Catarina, muito católica, restrita, temente ao pecado e muito rígida com relação às meninas. A gente nunca conversava sobre sexo, era tudo muito ingênuo. Não tinha fantasia, não era passado isso pra gente.”
“Cresceu o peito, mudou a parte vaginal, cresceu pêlos debaixo do braço. O que me motivou muito foi uma amiga que era mais esperta, descolada, que já tinha beijado aos 12 anos e dava aulas pra gente. Ela mostrava como era beijando o braço, o espelho, e a gente imitava. A gente nem sabia o que era camisinha. Mas essa amiga ia mesmo, ficava com um, ficava com outro, contava do tamanho do pênis dos meninos.”
"Essa coisa 'metro' não me pega, pode ser o cara mais lindo do mundo. Gosto mesmo de macho, daqueles que seduzem a fêmea."
“O primeiro beijo pra valer foi com meu primeiro namorado, que era o galãzinho da comunidade. Era um alemãozão fortão, que tocava violão. Ele me beijou no meio de uma dança. As pernas tremeram. Na hora, me lembrei do espelho. Pensava: será que deu certo? Mas foi estranho, pois ninguém tinha me ensinado a parte da língua. Foi um medo misturado com prazer, fiquei toda mole.”
“Eu entendi mais o que é o sexo através da maternidade. É bem diferente de quando você é menininha.”
“Chegando aos 30 me sinto ainda mais desejada do que era antes. Hoje sou olhada de um jeito diferente, tanto por meninos de 15, 16 anos que querem aprender com uma mulher madura, quanto por caras mais velhos. Faz bem para o ego, para a autoestima. E é bom saber que se alguma coisa der errado, a fila pode andar.”
“Eu sou bem resolvida com sexo. Acho que o sexo é um relaxante natural que Deus te deu, é o momento de esquecer de tudo, de ser você mesma, de brincar com você mesma. É um presente que você dá e recebe. Nunca fui do tipo de transar com um cara só porque ele é um gatão sarado. Pra mim precisa ter todo um clima, um envolvimento. É isso que me excita. Dar uma por dar não é a minha.”
“Não gosto dessa coisa machista, mas o cara tem de ser homem, viril. Essa coisa “metro” não me pega, pode ser o cara mais lindo do mundo. Gosto mesmo de macho, daqueles que seduzem a fêmea. Meu tipo é o Antonio Banderas, essa coisa latina, esse estilo homão. Richard Gere também. Esse perfil maduro, que vai te pegar e cuidar de você, te proteger.”
"Quando fiquei ruiva, minha vida sexual mudou completamente"
“Quando fiquei ruiva, minha vida sexual mudou completamente. A ruiva tem um mistério e eu me identifico com isso. Eu nasci loira, loira, quase branca. Quando eu me olhava no espelho não gostava do que eu via, eu queria apagar aquela imagem. Eu tava numa fase difícil, tinha perdido minha mãe. Aí saí de casa, com quase 18 anos, fui morar em Florianópolis para trabalhar como modelo. Era vida nova, amigos novos. Decidi me reinventar e virei ruiva. Deu supercerto. Passei a ser muito mais assediada, além de fazer mais campanhas.”
"A ruiva tem um fogo interno, uma chama intensa, quente. E eu sou assim. Isso mexe muito com os homens. Eu gosto da cantada não falada, do olhar, nunca daquela coisa mais explícita, tipo “aí gostosa!” [risos]. E não tenho problema de tomar a iniciativa – quando quis, fui atrás. E sempre rolou. É só chegar daquele jeito “sem querer querendo”.
“Nunca tinha feito fotos sensuais. Mas gostei, achei do cacete. É um trabalho como outro qualquer. E acho que eu consegui passar essa coisa madura, decidida, sem conflitos, bem resolvida. Sou eu essa personagem, romântica, delicada. Acho que ficou bem bonito, me senti sensual, sexual. Foi até bom para tirar o mito de que mulher magra não é gostosa.”
Make up/ Hair: Alex Cardoso
Stylist: Sofia Zulques
Ass. de Fotografia: Felipe Scappatura