por Luiz Alberto Mendes

ACHAR  E  PERDER

 

Nada somos além de nossos gestos e finalidades.

Não sabemos exatamente o que queremos;

Parco é nosso conhecimento acerca do que somos.

Nossas maiores batalhas são pessoais

Porque não temos idéia do que acontece além de nós.

Claro que só porque somos tal como somos

É que podemos descobrir.

Inseguros, incertos, somos o inimigo,

À mercê do tempo que segue engolindo espaços

Estamos assim acelerados;

Vivendo a correr, desconsertados

Atrás de algo que devia estar,

Mas que não esta.

Sequer temos idéia a que distância estamos

Do que objetivamos.

Pré-sentimos, mas quando encontrarmos,

Imagino, já não será mais.

Porque parece que achar é perder,

Sem contemplação.

 

Luiz Mendes

03/06/2009

 

COMUNICAÇÃO

 

Os pássaros se comunicam por códigos de cantos. Cada pássaro tem seu canto distinto de comunicação entre os de seu tipo. Os lobos deixam marcas e cheiros que identificam, comunicam e demarcam seu território. Os morcegos se comunicam com o mundo à sua volta lançando vibrações sonoras que batem e voltam trazendo informações. As árvores se comunicam liberando substâncias voláteis que alertam suas vizinhas que larvas atacam suas folhas. As plantas usam suas flores para se comunicarem. Todos os seres se comunicam entre os de sua espécie, de uma forma ou de outra, e com todas as outras espécies (Já vi meu cão latir para um marimbondo e este, ameaçado, dar-lhe tremenda ferroada). Não é a linguagem, como afirmam alguns antropólogos desavisados, que distingue o homem dos outros animais. Como se vê, os animais tem seus códigos de comunicação. É a transformação da linguagem em escrita, a plastificação do pensamento em signos e símbolos que vai promover essa distinção.

Escrever é a forma que nós, seres humanos, temos de gravar, de forma rudimentar e imperfeita, toda riqueza da fala, com suas inflexões, timbres e sons. A escrita é nossa memória artificial, como esses cartões de memória ou pen drives. É nossa forma de ampliar, treinar e capacitar as gerações atuais e futuras. É a comunicação de nossa humanidade.

 

Luiz Mendes

03/06/2009.   

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