Preservar recursos e minimizar impactos Preservar recursos e minimizar impactos

Preservar recursos e minimizar impactos

A atriz Isabel Fillardis e a consultora de sustentabilidade do Grupo Boticário, Lígia Cabo, falam sobre os três princípios para reduzir danos de consumo e como o lixo pode ser rentável

apresentado por Grupo Boticário

Como fazer com que as questões ambientais entrem no radar das empresas e reflitam em melhores escolhas dos consumidores? Não há uma fórmula única, mas alguns princípios têm ajudado as empresas a diminuírem seus impactos ambientais e fazerem negócios de um novo jeito.

Segundo o Ministério do Meio Ambiente, ⅓ de tudo que consumimos vai para o lixo, sendo que poderia ser reciclado. Fazer circular, além de preservar recursos e minimizar impactos, dá oportunidades para criar uma nova economia, com inovação para os resíduos que geramos.

“Nosso olhar em relação ao lixo ainda é muito atrasado. Hoje ele é uma fonte de renda para muitas pessoas. Porém, precisamos aprimorar e executar formas corretas de descarte, além de conscientizar de maneira direta toda a população, que ainda não vê seus resíduos de maneira rentável ou transformadora”, conta Isabel Fillardis.

A atriz, homenageada pelo Trip Transformadores em 2012, é criadora da ONG Doe seu Lixo, referência quando o assunto é reciclagem de resíduos e melhoria de condições de vida dos catadores.

Atriz, Isabel Fillardis, criadora da ONG Doe seu Lixo em cena do documentário Trip Transformadores Atriz, Isabel Fillardis, criadora da ONG Doe seu Lixo em cena do documentário Trip Transformadores
Atriz, Isabel Fillardis, criadora da ONG Doe seu Lixo em cena do documentário Trip Transformadores

No Brasil, estima-se que cada pessoa gere 1 quilo de lixo por dia. Por ano, são 73 bilhões de quilos gerados. Os dados são da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais - Abrelpe. "Nesse contexto, as empresas acabam tendo nas mãos um potencial enorme de inovação para ajudar a resolver a problemática. Basta começar", destaca Lígia Cabo, consultora de sustentabilidade do Grupo Boticário. 

Ação para estimular a necessidade da reciclagem de embalagens vazias - Crédito: Divulgação

Três princípios da sustentabilidade

"Substituir materiais e usar recursos renováveis é o primeiro passo. O segundo é fazer circular as coisas, seja por um programa de reciclagem, que ajude na coleta, separação e destinação, seja através da reutilização de materiais que já foram descartados um dia. Por fim, devo cuidar para que um produto não traga riscos para o ambiente na hora do descarte. Como por exemplo um shampoo, que ao ser enxaguado tem seus componentes tóxicos liberados na corrente aquática", exemplifica a consultora.

As 4 mil lojas das diferentes marcas do Grupo Boticário —  O Boticário, Eudora, quem, disse berenice? e Beautybox —  estão equipadas para fazer a logística reversa. Ou seja, coletar embalagens vazias para que possam ser levadas à cooperativas de catadores, que separam os resíduos e vendem para empresas de reciclagem. Todo o lucro fica com as cooperativas. No princípio de fazer circular uma matéria prima já utilizada, existem as tampas de embalagens cosméticas produzidas com SURLYN™, resina que agora pode ser reciclada após seu descarte.

Essas tampas, que antes não completavam o ciclo de reciclagem, agora transformam-se em novas tampas, em um processo de inovação d'O Boticário. A matéria-prima, apesar de ser reciclável em outras categorias, na cosmética até então não era viável. Agora, as tampas podem ser recolhidas depois do consumo, separadas por cooperativas de reciclagem, encaminhadas para o reciclador que inicia o processo de recuperação com a lavagem, moagem e extrusão, dando origem aos pellets do SURLYN™ reciclado. Por fim, esse material é encaminhado para ser transformado em novas tampas, retornando para o consumidor em novos produtos.

Em casa, a atriz Isabel Fillardis conta que o primeiro passo é separar o lixo. Ter um recipiente para descartar os resíduos orgânicos e outro para descartar o que é reciclável. Ela relembra a importância de descartar esse material limpo e seco, que é pra não atrasar o processo de reciclagem após a coleta. Mesmo quando não há coleta seletiva em uma determinada região, a prática facilita o processo quando o lixo chega no local de descarte.

Lígia complementa dizendo que consumidores e empresas são corresponsáveis nesse processo. O consumidor tem também o poder de investir em marcas que o apoiem nessa prática de consumo mais sustentável.

Inovação e reutilização

No caso do SURLYN™, ele foi uma matéria-prima de embalagem um dia. Depois de jogada fora, ela é recolhida, higienizada e reprocessada. “Assim é possível gerar uma nova tampa de embalagem cosmética e essa circularidade é extremamente importante para diminuir ainda mais os impactos da produção e descarte de material plástico", explica Ligia. Com essa iniciativa, o Grupo Boticário se torna pioneiro no mundo na reciclagem de SURLYN™ pós-consumo, um trabalho feito em parceria com a DOW, companhia que combina tecnologia do setor com inovação focada em escala global.

E se sustentabilidade parece ser apenas mais uma palavra do momento, Isabel Fillardis garante que não devemos enxergá-la como modismo. “A própria palavra já diz: habilidade de sustentar, de fazer permanecer. Nós estamos, infelizmente, destruindo o ambiente em que vivemos. Precisamos mudar nosso olhar. Precisamos ser gratos a este planeta Terra que nos faz viver. Afinal, ele que nos fornece o ar que respiramos, a comida que nos alimentamos. Sustentabilidade é vida renovada”, finaliza a atriz.

Ciclo de recolhimento, reciclagem e reúso da resina na produção de tampas de frascos de perfumaria - Crédito: Divulgação

Créditos

Texto: Camila Eiroa

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