Fundadora da APAE

Quando tinha apenas 35 anos de idade, Jô Clemente fundou em São Paulo uma instituição que se tornaria referência no tratamento a portadores de síndrome de Down no Brasil. A Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) começou em um pequeno sobrado, montado graças ao seu empenho diário para entender melhor os limites de seu próprio filho, o Zequinha, diagnosticado com a síndrome aos 2 anos de idade. O trabalho criado por essa mato-grossense de 85 anos hoje atende 400 mil crianças por ano de forma praticamente gratuita. No dia da premiação, quem recebeu o prêmio de Jô foi o seu filho Cassio Clemente, diretor-presidente da APAE de São Paulo.

"Se existe sociedade, ela será obrigatoriamente formada por vários núcleos, entre eles a família. Para mim, que já estou na casa dos 80 anos e nunca me vi fora da família, esta representa segurança, carinho e proteção. É a corrente que nos cerca, nos une e nos fortalece. Sinto um receio muito grande em dizer que temo pelas gerações futuras, e nesse receio está a dúvida de como serão educadas as nossas crianças, já que disso depende como será considerado o critério de família. Ouso dizer que certamente não será como hoje, mas, com certeza, haverá a necessidade de ter um porto seguro na vida, as pessoas procurarão se agrupar para a própria defesa, para a própria felicidade."