A melhor notícia do ano é a volta de Gilmore Girls. Spoiler inventado: Rory trabalha no Buzzfeed fazendo lista e Lorelai organiza a marcha das vadias
Não, nada de House of Cards. Já temos isso na política brasileira. Estamos todos doentes e malucos, precisamos de um escape. Nada também de seriados onde meninas competem (esses estereótipos só nos ferram, lembram?).
Seriado bom mesmo é Gilmore Girls. E sim, eu queria ser a Lorelai. Sempre quis. Essa é uma feminista de verdade, empoderadérrima! Queria ser ela. Queria agora mudar para a cidadezinha onde ela mora e ter uma vida calma, cuidando sozinha da minha filha adolescente gênia e minha amiga de cafés.
Para quem não lembra. No seriado, que acabou em 2007, Lorelai é uma mãe solteira de 30 e tantos. Sua filha, Rory, é uma menina inteligentíssima. As duas são viciadas em café e em feirinhas de Natal. A série começou com Rory na escola. No fim, depois de estudar em Yale, ela se muda para Nova York para virar jornalista investigativa (coitada dessa pobre criança sonhadora). Os pais de Lorerai eram super reaças e ela mantinha uma relação de amor e amizade com Luke, o dono da lanchonete da cidade.
Pois bem. Nesse momento em que o mundo explode, recebemos a maravilhosa notícia de que o seriado vai voltar! A Netflix avisou que quatro episódios serão gravados mostrando como elas estão hoje. Tudo é absolutamente secreto, mas faço aqui abaixo as minhas previsões.
Em 2016…
Rory se formou jornalista com o sonho de ser repórter investigativa, mas com o jornalismo em crise, não conseguiu, claro. E agora trabalha fazendo listas no Buzzfeed. Como ganha mal e tem medo de ser demitida, ela tem como plano B (todo jornalista tem um plano B) trabalhar junto com a mãe na pousada.
Para se preparar para isso, ela está fazendo um curso de culinária vegana. Esse, por sinal, é um problema quando ela vai visitar a mãe. Como agora é vegana, Rory não pode ir na lanchonete do Luke para comer hamburger. Ela vai, mas fica só no café. Tem tentando convencer Luke a implementar mudanças veganas, mas ainda não conseguiu.
Lorelei descobriu o que sempre foi: feminista! Apesar de ter quase 50 anos, continua usando vestido curto com bota. Antes, era criticada na cidadezinha por ser mãe solteira. Hoje, por ser uma mulher de 50 anos que “não se dá ao respeito”. Ela tatuou: "meu corpo, minhas regras" na barriga. Para desespero de sua mãe, organizou, junto com Rory, a primeira marcha das vadias da cidade. Rory também é feminista, ainda mais agora, que acabou de passar por um aborto.
E o Luke? Bem, ele quase faliu com a crise americana. A chegada na cidade de deliverys que funcionam por aplicativo de celular também dificultam seu negócio. Lorelai, que tem a pousada cadastrada com sucesso no Booking.com e de vez em quando aluga o quarto da Rory pelo Airbnb, está tentando convencê-lo a fazer um aplicativo para a lanchonete, que seria desenvolvido pelos jovens hipsters de uma startup que abriu na cidade. Só que Luke odeia os jovens da Startup, principalmente por eles serem uns metidos que, além de tudo, agora deram para vestir camisa quadriculada como ele.
Lorelai e Rory estão supermobilizadas na campanha da Hillary e discutem muito com Luke, que vai votar no Sanders. Mas o problema mesmo acontece quando elas vão visitor os pais de Lorelay, que fazem campanha fanaticamente pelo Trump. No momento, eles estão sem falar com eles depois de uma briga política no whats up da família Gilmore. Só porque a Lorelay chamou o Trump de porco misógino!
Fora isso, elas continuam lindas e felizes e gostando de ire m quermesse de Natal. Não, elas não casaram, elas não precisam. Homem não é solução.
Espero estar certa das minhas previsões e que elas voltem arrasando. Até lá, vou continuar sonhando que moro em uma cidade pacata e gusto disso e que sou dona de uma pousada (plano B de todo jornalista, lembram?).
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