Testando o aplicativo de paquera do iPhone (e não sendo paquerada por ninguém!)

por Nina Lemos
Tpm #117

Muitos amigos gays estão viciados no Grindr, um aplicativo que mostra todos os caras a fim de uma paquera que estão... perto de você!

No mundo gay (isso significa, em uma parte dele, que fique BEM CLARO, porque a gente não acha que todo menino que gosta de menino é igual) faz alguns anos que a febre é o Grindr, um aplicativo para iPhone que funciona da seguinte maneira: você coloca uma foto sua e um perfil lá e, quando você entra, o lance mapeia todos os inscritos que estão perto de você (dando a distância!, tipo, “Mauricio é bissexual e está a 200 metros”).

Nossos amigos explicaram tudo para a gente. Se você gosta de alguém, dá um curtir. E pode começar uma conversa. Que pode acabar na cama, sim. Alguns já tiveram boas experiências, algumas ruins. Fato é: o negócio bomba. Mas não existe Grindr hétero? “Existe, o Blendr, eu já usei!”, diz uma amiga em um fim de semana em um sítio onde 90% da população era viciada em Grindr.

Minha amiga marcou um encontro com um cara que trabalhava perto da casa dela. Tomou uma cerveja. Não rolou nada. Ela foi embora. Ponto. Resolvi testar o aplicativo (sim, é trabalho, eu prefiro conhecer gente na vida real). E... Bem, foi um fracasso.

Um amigo especialista em Grindr TENTOU me ajudar. “Coloca sexy hot, escreve que você é o furor do sexo.” Expliquei para ele que no mundo hétero (ou em parte dele) não era bem assim que as coisas funcionavam. Escolhi uma foto em que eu estou suuuperchique. De casaco de pele (falsa) e coque alto em Berlim. Nada. Nenhum contato. Nenhuma estrelinha. Me achei megaloser.

Mas detalhe. Não, não tem gente interessante no Blendr. E nem tem muita gente. O lance é tão caído que as pessoas mais próximas estão a quilômetros. Pelo menos da minha casa. Achamos um cara bonitinho, que gostava de folk (sim, mulher não pensa na barriga, mas no gosto musical). Meu amigo R. escreveu para ele: “Ei”. Como se fosse eu. E ele não respondeu!!!

Achei que o problema podia estar na foto e troquei para uma meganormal, quase patricinha. Nada. O Blendr poderia ter feito eu me achar uma loser. Mas não rolou porque ando com muita coisa para pensar. A cabeça cheia é inimiga do demônio. Por isso, um aviso: se estiver de cabeça vazia, todo cuidado do mundo ao usar o Blendr. Pode baixar sua autoestima. Ou vai ver o problema é comigo. Buááá!

fechar