Nina Lemos relembra a moda da camisola com salto alto, ou Slip Dress
No fim dos anos 90, uma coisa muito moderna era ir para festa usando camisola. A tendência veio com o grunge e deixava todas as mães desesperadas, vendo suas filhas saindo com camisolas de cetim, muitas delas roubadas de irmãs e avós.
A autora deste texto lembra de ter ido a uma premiação do VMB (Video Music Brasil espécie de Oscar da vida social na época) com uma camisola roxa com estampa de macaquinhos. A peça foi comprada na Any Any, mesma loja onde a editora desta revista, Lia Bock, comprou vários short-dolls de cetim (só pra usar as regatinhas com calça semibag). A loja era o que havia de mais hype em matéria de pijamas que poderiam ser usados na balada.
Depois desse tempo, passamos a rir das nossas fotos e a usar camisola para dormir mesmo. Até que a tendência voltou. Grifes como Calvin Klein e Marc Jacobs apresentaram nas últimas semanas de moda de Paris e Nova York suas versões dos slip dress, como agora são chamados os vestidos que parecem camisola.
“Essa tendência voltou com tudo e claro que vai pegar”, diz a editora de moda Vivian Whiteman. E por quê? “É simples, barato, sexy e muito legal. Fica o máximo uma camisola com uma bota”, diz ela, que guardava quatro camisolas especiais “para sair” nos anos 90. “Eu tinha uma de alcinha fina com detalhe de renda, uma meio tie-dye preta, uma que era minivestidinho prata e uma gótica comprida, nude com um tule preto transparente.”
Moda é assim mesmo. Sempre volta. E, como essa já nos pegou, vamos dar alguns spoilers:
1. Você vai se sentir rebelde e incrível usando seu vestido-camisola, apesar de saber que teve gente que já fez isso antes.
2. Quando você vir as fotos daqui a dez anos, vai rir! Ah, e uma dica: mais vale comprar uma camisola de verdade, ou usar uma antiga, do que cair no conto do tal slip dress. A camisola-camisola-mesmo é mais autêntica. Anágua de avó também vale. E é mais barata. Uma camisola da Any Any custa menos de R$ 200. Um vestido slip dress da Calvin Klein… a bagatela de 2 mil euros. Arrasa!
Créditos
Imagem principal: Manuela Eichner
