O cupcake quer acabar com o quindim!

por Nina Lemos
Tpm #119

Depois de ampla pesquisa concluímos que o cupcake é um doce imperialista.

Cupcake é aquele bolinho decorado com cores fofinhas (geralmente em tons pastel), que é tradicional nos Estados Unidos. Nada contra os cupcakes. Desde que eles não tivessem invadido o país em uma feroz disputa territorial, travada em festas e padarias, e tomado violentamente o lugar de outros doces mais gostosos. E também mais brasileiros. Sim, o cupcake é imperialista. E não respeita as diferenças nem aceita que todos convivam em paz e harmonia.

Provas. Onde foram parar os bolos enrolados em papel laminado? Sumiram. Em seu lugar entraram os cupcakes decorados. E vamos dar a real. Cupcake pode ser bonitinho. Mas NÃO É GOSTOSO. Na real, ele não passa de um bebezinho ou bolinho de padaria metido a besta. E, como tudo que é metido a besta, mais caro. Mas o doce abduziu as pessoas, que começaram a ver nele uma espécie de glamour que vale a falta de gosto e o preço mais caro.

Fizemos uma extensa pesquisa sobre o assunto. E descobrimos que o cupcake agora é vendido em sites de compras coletivas. Você pode escolher um lote de 35 cupcakes por R$ 40 junto com limpeza de pele. E há toda uma variedade de estilos de bolinhos, os especiais para festas de 15 anos, os de Garfield, os de Homem-Aranha.

Em qualquer padaria (mesmo na mais modesta) eles agora estão por lá, tomando o lugar da queijadinha (esse sim um doce brasileiro e bom) e dos bebezinhos.

Em pesquisa feita pela Tpm, uma busca na internet por receitas de cupcakes resultou em 890 mil resultados. A de queijadinha, em 203 mil. E de quindim, em apenas 102 mil. E o bebezinho, coitado? Ficou de retardatário completo, com 12 mil páginas.

Sim, o cupcake, esse imperialista, ameaça acabar até com o quindim. E depois dizem que o império americano ruiu...

Créditos

Imagem principal: Margarida Girão

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