”A vida é dura pra caramba. Mas também é linda”
Ontem à noite o Júpiter Maçã salvou a minha vida. A minha e de umas 80 pessoas. Na noite passada a gente dançou de verdade e cantou “A Marchinha do Dr. Soup”. Na noite passada a gente viu Júpiter em sua melhor forma. Em todos os sentidos. E a sua esposa fofa detonando na bateria.
Eu não sou crítica de música, não. Eu escrevo sobre amor, às vezes. E todas aquelas pessoas ali, já madrugada de segunda-feira, amavam muito aquele momento. “Que bom que eu estou aqui”. O melhor show que eu vi no Brasil em uns cinco anos aconteceu ontem. E eu devo ser uma louca exagerada. Mas então o Tatá Aeroplano também é. E a Lica, o Beleza, o Flu e outros amigos que se olhavam com brilhos nos olhos e repetiam: “Que bom que a gente esta aqui”.
Ontem à tarde um ladrão colocou uma faca no meu estômago. Ontem à tarde eu me senti sozinha, agredida e com muito medo do mundo. Júpiter com seu novo projeto e os meus amigos naquele momento onde todo mundo era de repente lindo e cheio de vida fizeram eu me sentir acolhida, amada e, sobretudo, viva. Obrigado, Mr. Apple. E como ele mesmo disse no show (ele, o melhor crítico de si mesmo ontem): “Eu sinto tesão físico por vocês nesse momento e sinto que vocês sentem tesão físico por mim.”
Ontem, eu e umas 80 pessoas sentimos tesão pelo Júpiter sim. E um pelos outros. E foi uma coisa linda. A vida é dura pra caramba. Mas também é linda. Ontem eu soube disso, dos dois lados. Foi foda.