O que aprendemos sobre dinheiro e liberdade com o movimento “Nós, mulheres investidoras” e com as empreendedoras que venceram o medo de fracassar
Dentro do tema "sucesso, poder e felicidade", a Casa Tpm realizou uma roda de conversa sobre liberdade financeira. Mariana Cammarano, idealizadora do movimento "Nós, mulheres investidoras" e gerente de marketing da Easynvest, abriu o debate fazendo uma provocação à plateia. "Quem aqui já sentou com um amigo no bar e falou sobre sexo? Quem nunca, não é mesmo? E quem sabe quanto a amiga, ou o parceiro ou a parceira ganha? Silêncio. Então dinheiro é sim um tabu", disse.
São muitos os motivos que fazem as mulheres brasileiras pouco íntimas de suas próprias finanças. Em primeiro lugar, é preciso levar em consideração a história. Até a década de 60, as brasileiras não podiam ter o próprio registro no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF). Foi somente com a mudança no Estatuto da Mulher Casada, em 1962, que elas puderam abrir contas em bancos e operar seus próprios negócios.
Impostora ou investidora?
Apesar de um aumento do interesse das mulheres por educação financeira, a Easynvest, por exemplo, viu o número de clientes do sexo feminino saltar de 27% para 37% desde o surgimento do "Nós, mulheres investidoras", há dois anos. Porém, ainda há muitos obstáculos. "É uma questão de conversar e sentir que também é para gente", afirmou Mariana.
Quando não deixam de conquistar a independência financeira por conta dos salários e oportunidades desiguais no mercado de trabalho, as mulheres lidam com falta de crédito quando querem empreender. Ou então, enfrentam distúrbios psicológicos, como a síndrome da impostora, que faz elas não se sentirem capazes nem merecedoras de suas conquistas.
De maneiras distintas, as empreendedora Maíra da Costa, fundadora do delivery de comidas saudáveis Soul Free Food, e Camila Achutti, CEO e fundadora da escola de cursos de tecnologia MasterTech, que também participaram da roda de conversa na Casa Tpm, tiveram que vencer a tal síndrome para conseguirem triunfar com seus negócios.
Vencendo o medo
"Eu tinha muito medo de que desse certo. Durante muito tempo, a gente ficou testando e testando e nunca lançava. Eu sempre falava, ‘ah, não está bom ainda’. Era medo de dar certo. Fazer a primeira venda é libertador", disse Maíra. Para ela, como para a maioria das brasileiras, a decisão de empreender surgiu da necessidade, já que ao voltar para o Brasil após um período na Itália, ela achou que seria melhor iniciar o empreendimento do que aguardar a recolocação no mercado de trabalho.
Para Camila, um dos exercícios mais importantes para dar o pontapé inicial na Mastertech, que hoje conta com 20 funcionários, foi imaginar o pior cenário possível. "Eu tinha muito claro qual era o fundo do poço. Então sabia que, no dia que a minha conta estivesse negativa, eu pararia e voltaria para a casa dos meus pais", lembrou Camila. "Quando tiver com dúvidas, tente pensar qual é a pior cagada que pode acontecer. Você aguentaria? Se a resposta for sim, continue", aconselha a empreendedora, que em 2018 foi eleita como uma das 30 pessoas com menos de 30 anos mais influentes do mundo. A dica está anotada.
Sobre o movimento
Nós, mulheres investidoras é um movimento criado pela Easynvest, que desde 2017 quer melhorar a relação das mulheres com o dinheiro. Sem querer trazer ainda mais regras para o mundo feminino, o movimento quer inspirar cada vez mais mulheres por meio da educação financeira a olharem para sua conta bancária e investimentos com mais certezas do que dúvidas. Quer fazer parte do movimento? Clique aqui.