Mal pagou o carro e já pensa na cor do próximo? Glória Pereira dá as dicas
Tpm. Terminei de pagar o carro depois de um financiamento de quatro anos. Gostaria de saber qual é o melhor caminho: guardar dinheiro para, mais pra frente, trocar de novo por um zero-quilômetro; ou dar o meu de entrada, parcelar o que faltar e trocar de carro novamente? Você está de posse de um bem que acabou de pagar. Então, ele é todo seu! Experimente o prazer de tomar a decisão que quiser: desfrutar dele por mais um tempo (sem pagar por isso, já está pago!), ou vender... Este é um momento importante de refletir sobre o significado do carro para você:
- É status? A marca, o modelo, o design, o tipo de acessório eletrônico, a lanterna?
- É sacrifício? Durante todo o financiamento você se privou de outros desejos: viagens, uma plástica, a reforma da casa?
- É um acessório de moda como uma nova bolsa Louis Vuitton? Tem que trocar porque já ficou fora de moda?
- É um meio de transporte para o trabalho, a escola, o lazer?
- É um bem de capital? Assim que sai da loja um zero-quilômetro perde o valor e passa a valer cada vez menos, até o dia da venda. Portanto, é um bem passivo e não ativo, embora tenha um valor de capital.
Para a maioria dos brasileiros o carro não é simplesmente um veículo, mas algo rico de significados. Então, se o carro tem para você um componente social, psicológico, ligado a sua autoestima e a seu bem-estar, tome uma decisão consciente ao trocá-lo. Escolha a melhor alternativa de financiamento, com a menor taxa de juros e o melhor preço de mercado para o seu usado, e para o novo zero-quilômetro.
Agora, se para você o carro significou privações de outros desejos e dificuldade para pagar, aproveite essa posse sem sacrifícios. Dessa forma você acessa o prazer! E se deseja ampliar sua performance de investidora no mercado financeiro e não está com disponibilidade, o carro pago pode significar essa possibilidade. Que tal aplicar mensalmente, durante um ano, o valor do financiamento numa carteira de ações? Escolha umas quatro ou cinco ações de primeira linha (provindas de empresas de grande porte - siderúrgica, de aço ou petróleo). Daqui há um ano, além de trocar de carro sem financiamento, pode continuar como investidora em fundos de renda variável (ações com rendimento não definido) aplicando todos os meses. Muitos aprendizados acontecerão em sua vida, é bem provável que se surpreenda. O dinheiro lhe dá o poder da escolha! E essa é uma grande diferença. Boa Sorte!
Glória Pereira é consultora de riqueza. Autora de vários livros sobre finanças pessoais, entre eles o best-seller A Energia do Dinheiro (Campus), e do jogo recém-lançado Negócio Sustentável®. Seu e-mail: gloria.pereira@sinergianet.com