Saiba por que correção política, além de encher o saco, pode traumatizar
Pessoas que não ganhavam brinquedos de plástico, crianças proibidas de se vestir de caipiras porque podia ser ofensivo para os interioranos e castigos bizarros. Saiba por que correção política, além de encher o saco, pode traumatizar
Você tá de castigo. Abrace uma árvore!
Aos 15 anos, o irmão da repórter Ariane Abdallah fez bagunça na sala de aula e ficou de castigo. Nesses momentos, as pessoas ficam na escola após a aula ou vão para a sala da diretora. No caso do irmão da nossa amiga, como ele estudava numa escola alternativa, foi obrigado a abraçar uma árvore do jardim da escola. O pobre coitado ficou humilhado, abraçando a árvore, enquanto era sacaneado pelos colegas. De acordo com os professores, ele poderia absorver energia positiva da árvore e se acalmar.
Não ofendam os caipiras!
Imaginem crianças sedentas por se fantasiar de caipira na festa junina e sendo proibidas porque “era uma ofensa aos nordestinos e caipiras?”. Isso aconteceu com Fernando Sagara, 13, aos 7 anos, quando estudava numa escola politicamente correta. Coca-Cola e balas eram proibidas. Ele levava refrigerante escondido numa garrafinha. Mas o pior eram as aulas de música. O menino, do rock, participava de roda de samba (para resgatar a cultura brasileira) e tinha que tocar cuíca. “Um dia, uma criança se revoltou e saiu chutando tudo e gritando: ‘Odeio esta escola’”, ele lembra.
Vá para o canto pensar!
O método “Supernanny”, empregado pelas babás de reality shows, começa a se disseminar pelas escolas. Você fala para uma criança de 4 anos: vá para o canto pensar no que fez! Como diria o Zé Simão, tucanaram o castigo. Será que uma criança de 4 anos tem capacidade reflexiva para isso? Será que isso não faz mal? Somos da época em que um bom beliscão ou um grito resolvia as coisas. E não ficamos traumatizadas!
Nada de brinquedo de plástico!
Sim, brinquedos de madeira são incríveis. Mas Hello Kitty e Power Rangers também são bacanas. Quem só ganha brinquedo de madeira pode ficar com trauma, como um amigo da nossa diretora de arte, Cris Naumovs. O pobre coitado tinha tanto brinquedo construtivista que, quando soube que seria pai, decidiu que o filho só teria brinquedos de plástico. Qualquer móbile de madeira foi banido do quarto do filho do traumatizado.