Um maldito Escritor

por Luiz Alberto Mendes

Escritor

Sim, sou um maldito de um escritor

Mas não estou vivendo a história dos outros

E jamais direi tudo.

Porque tudo o que escrevo, mesmo quando ficção

É minha mais absoluta verdade.

Agora não quero mais a compaixão de ninguém

Quando precisei não houve, então...

Prefiro a amizade dos que me amaram.

Quantas vezes você teve a boca de uma calibre 12

Nas mãos de um animal com licença para te matar

A poucos centímetros de sua cara?

Quantas vezes você foi deixado nu e de joelhos

Tomando tiros de bala de borracha frontais?

Humilhado ao extremo por homens

Que se submetem, como soldados nazistas

A ordens e doutrinas que os ensinam a atirar

Em homens encurralados como ratos?

O que escrevo é a resposta que dou

A imensa necessidade de minha existência

De desatar os nós que me amarram

E me desincorporar em paixão e ação.

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