por Millos Kaiser
Trip #200

Orgulhosamente apresentamos a modelo e diretora de cinema em seu primeiro ensaio sensual

Depois de ser clicada no mundo todo, a modelo gaúcha decidiu ser diretora de cinema. Trip orgulhosamente apresenta Cris Saur, em seu primeiro ensaio sensual

Um velhinho fazendo ioga pelado em um parque de Berlim. OK, essa não é exatamente a melhor frase do mundo para abrir o texto de uma Trip Girl. Mas é que foi graças a essa cena atípica, nada afrodisíaca, que a modelo gaúcha Cris Saur topou, pela primeira vez na vida, tirar toda sua roupa para uma câmera. Ela explica: “Estava passeando na cidade com minhas duas irmãs. Chegamos a um parque e a primeira coisa que vimos foi esse velhinho peladão fazendo a posição da árvore. Pensei: se ele estava fazendo aquilo, posso fazer o que eu quiser, não acha?” Pronto, agora esqueçamos a imagem do tiozinho iogue e naturista.

Cris chegou à redação numa segunda-feira radiante, recém-desembarcada do Rio de Janeiro. A ideia era que batêssemos um papo num restaurante árabe próximo. Vestia calça jeans, uma malha justa preta (aparentemente sem sutiã por baixo) e um All Star da mesma cor. Pendurado no pescoço, um pingente de um trevo de quatro folhas, presente de uma amiga. Os olhos talvez azuis, talvez verdes, estavam escondidos atrás de um Ray-Ban estilo aviador. Os cabelos, loiros, repartidos ao meio e escorridos na cara. O visual típico de uma modelo fora da passarela.

“Um kebab de cordeiro, por favor”, pediu para o garçom. “Sou do Sul, jamais seria vegetariana.” E começou a contar sua história, cujos primeiros capítulos não são difíceis de adivinhar. Como toda boa modelo brasileira, nasceu no Rio Grande do Sul, mais exatamente em Panambi, a noroeste do Estado. Esguia e desproporcional, era o patinho feio da turma. Depois a puberdade se encarregou de acertar suas medidas, e Cris passou a arrasar os quarteirões da pacata cidade de 30 mil habitantes. O primeiro beijo foi aos 12. “Não tinha nada para fazer, as coisas aconteciam antes lá. Mas foi horrível, fiquei toda babada depois.” O primeiro namorado, aos 15, assumido na festa de debutante. Um ano antes de completar a maioridade, mudou-se com a família para Porto Alegre, onde entrou no curso de engenharia civil da PUC. “Imagina eu com régua, calculadora HP, pastas gigantes...” Imaginou?

Na sala de aula, eram só ela e duas meninas, rodeadas por 70 marmanjos sedentos. “O pessoal dava em cima, né”, conta rindo, “mas não tinha muita opção também. Eu não me incomodava, achava graça só.” Um deles acabou ganhando o posto de namorado, ocupado por cinco anos, até que a vida de modelo internacional entrou no meio. Morou em Santiago, Miami, Londres, Munique, Nova York... Atualmente, fixada em São Paulo, está “enrolada com alguém que não posso dizer o nome”. Entre os casos passados, está o ator Bruno Gagliasso, mas este também é um assunto que ela não quer entrar. E, sobre drogas, podemos falar? “Já fumei maconha, experimentei outras coisas, mas não gostei. Sou muito curiosa, foi só por isso. Meu único vício é café. Ah, antes era viciada em Nutella também.”

Ela faz cinema

Cris não vai ficar aportada aqui por muito tempo. Em outubro, a top parte para Nova York novamente, onde fará um curso de direção de cinema. Ela já assinou o roteiro de Viúva negra, curta-metragem disponível no YouTube em que ela também atua. “Sou alucinada por cinema. Gosto do europeu, mais cult”, diz. Às quintas-feiras, ela frequenta um grupo de estudos que analisa o a obra dos grandes mestres. Atualmente, estão debruçados sobre Wong Kar Wai. Já ticaram Godard, Truffaut e Fellini da lista e o próximo será Eric Rohmer. “Estou escrevendo um roteiro que vai ser como um sonho, em que você não sabe se está dormindo ou acordado. E ele acaba do nada, sem mais nem menos”, conta. “Mas é só isso que tenho, não há uma história ainda.”

Tudo bem, então Cris. A gente inventa uma sinopse:

Você é rico, está passando as férias em uma de suas várias mansões. Jogado em sua poltrona favorita, você lê esta Trip com os pés apoiados na mesa de centro. Por um impulso inconsciente, resolve abaixar a revista. Na sua frente, a lareira, os livros na estante, o jarro com as plantas murchas e...uma loira. De meia-calça, batom vermelho, salto alto e nada mais, ela brotou em sua sala de estar. Te olha com cara de você sabe o que, se esfregando manhosa na mesa, enquanto brinca com o cabelo. Ela agora vai em sua direção, engatinhando, até que...

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