Ilha em forma de coração e do tamanho de quarteirão tem três das melhores ondas do mundo
No voo de ida, a sexta-feira 13 sumiu do calendário. Saímos na quinta à noite dos EUA e amanhecemos no sábado no aeroporto próximo do nosso destino. Para os supersticiosos um bom sinal. Nosso objetivo era uma ilhota no Pacífico Sul que, na maré baixa, é possível cobrir sua orla caminhando em 15 minutos.
Esse pedacinho de terra se chama Tavarua, fica em Fiji e concentra no seu entorno de águas turquesa e corais coloridos três das melhores ondas do planeta. As esquerdas de Cloudbreak e Restaurants são famosas e abrigam provas do circuito mundial. Já a direita de Tavs Rights só não tem a mesma fama por ser rara de funcionar. Para a nossa sorte as três quebraram na semana passada.
Vi pela primeira vez a ilha num anúncio da revista “Surfing” ainda nos anos 80. O paraíso parecia um sonho impossível. Longe, caro, o hotel criado por um americano visionário, cansado do crowd californiano, ainda exigia reservas com anos de antecedência. Passados mais de 20 anos, a distância continua a mesma, mas, em tempos de crise, o preço e a disponibilidade melhoraram.
Em Fiji as tribos têm o direito de explorar uma área de terra e mar. Dave Clark arrendou Tavarua por cem anos e criou o negócio mais desejado no mundo do surfe. Só surfa em suas ondas quem estiver hospedado no resort, que comporta pouco mais de 40 pessoas.
Na semana passada a ilha esteve fechada para um grupo de amigos brasileiros. Os primeiros dias foram de ondas pequenas, mas a previsão de um swell para a quarta-feira crescia na mesma proporção de nossa ansiedade.
O barco das 6h da manhã levou a primeira turma para Cloudbreak, um recife distante 3 quilômetros da ilha, e as ondas chegavam aos 8 pés. Quando o barco das 9h voltou, o relato já era de 10 pés. À tarde as séries chegavam aos 15 e poucos surfaram lá.
Restaurants, e suas linhas que parecem extraídas de um desenho hiper-realista, se tornou a opção. Na manhã seguinte, enquanto CB só era viável para tow in, opção que os hóspedes não têm, Tavs Rights começou a quebrar, e ao fim de uma semana, cada um, ao seu nível, pôde surfar a “onda da vida”.
MUNDIAL DE SURFE
Surfando em casa, em Haleiwa, Joel Centeio venceu o Reef e saiu na frente na disputa da Tríplice Coroa Havaiana. E hoje, se o mar diminuir, pode começar o O'Neill em Sunset, última etapa do WQS 2009.
BRASILEIRO DE WAKEBOARD
Marcelo Giardi, o Marreco, pode se tornar hexacampeão este fim de semana em Araraquara, SP. A prova também definirá o título Paulista.
MUNDIAL DE WINDSURFE
Os melhores do mundo na categoria Formula disputam etapa em Fortaleza esta semana, e atletas da categoria olímpica, RS.X, aproveitam para treinar.
