Mercuriales mostra a angústia de duas jovens e a beleza de uma boa parceria
Do alto de duas torres gêmeas que imitam a arquitetura do antigo World Trade Center de Nova York, duas jovens recepcionistas observam uma Paris distante, para além do limite da cidade e do clichê dos filmes à beira do Sena.
A história de Mercuriales, filme do diretor Virgil Vernier que estreia este mês, se passa no subúrbio de Bagnolet, onde as ruas ficam vazias à noite e não há nada que aplaque o tédio. Lisa (Ana Neborac), uma imigrante do Leste Europeu, e Joane (Philippine Stindel), francesa, vivem dramas típicos dos 20 e poucos anos: têm medo do futuro profissional e odeiam a solidão.
Mas, diferentemente de tantas mulheres da mesma idade, não levam uma vida frenética entre redes sociais e baladas. A beleza de Mercuriales, e este é um filme de fotografia lindíssima, está no vazio que apresenta. Em como encontrar uma boa companhia, dessas que te entendem sem dizer muito, é um feito raro. Sem a vida agitada, a angústia dessa busca fica cristalina.
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