Tem cara nova na arquitetura paulistana. Conheça o trio que ainda pode projetar a sua casa
Quando apareceu a proposta de construir uma casa barco em Ilhabela, litoral norte paulistano, os amigos Brunno, Bruno e André colocaram em prática a vontade de abrir um negócio juntos. O dono do terreno, conhecido de um deles, deixou clara a preferência por um escritório de arquitetura em vez de confiar o projeto a três amigos em começo de carreira. "Ou vai ou racha", pensaram, e foi a deixa para arriscarem na sociedade da MDP Arquitetura, sigla das iniciais dos sobrenomes Meirelles, Duran e Pavan.
Os três se conheceram na Belas Artes, em São Paulo, fizeram mestrado em Barcelona e, antes de unirem o talento para projetar casas de alto padrão, se juntavam para surfar. Em viagens para Peru, Equador e Costa Rica, tomaram gosto pela fotografia, "o que nos fez ganhar mais gosto pela arquitetura", conta Bruno.
Embora há pouco tempo em atividade, o trio investe em projetos com amplitude, poucas paredes e espaços conectados que possibilitem a contemplação do entorno. "Outro ponto forte é o uso de elementos naturais, como a madeira", lembra Brunno. A primeira obra erguida foi em Luanda, Angola, em 2009, onde assinaram 12 casas-modelo para um residencial que tinha Ruy Ohtake entre os arquitetos contratados. Eles já projetaram também um corner da estilista de biquínis Adriana Degreas, na Daslu; a cozinha da Casa 92, balada paulistana recém-aberta; um haras no Paraguai; e, atualmente, têm se divertido projetando a casa de um empresário que vai ter pista de dança no subsolo, estacionamento com cara de praça e mesa de jantar para receber 30 convidados.
André Pavan
Quando foi estudar na Universidade Politécnica da Catalunha, em Barcelona - para se especializar em integração de energias renováveis -, ele descobriu os arquitetos espanhóis Erik Miralles e Carlos Ferrater, inspirações para as obras que planeja. Espera, num futuro breve, arquitetar um edifício residencial com conceito sustentável e poder fazer dele um monumento para a cidade de São Paulo
Brunno Meirelles
Filho de engenheiro, Brunno, 27 anos, especializou-se em arquitetura sustentável em Barcelona. "A sustentabilidade na Europa é muito diferente da brasileira. É difícil de ser aplicada de forma rigorosa por aqui", explica. Mas ele aproveita as técnicas sustentáveis como pode: o uso de energia solar, mão de obra local e sistema de circulação são exemplos. Enquanto desenha residências, planeja um dia participar da construção de um veleiro
Bruno Duran
"Nosso objetivo é transformar a MDP em um núcleo de arte, que tenha estúdio de fotografia, cenógrafos, designers de produto, entre outros", aposta o arquiteto de 28 anos, que voltou de Barcelona com a ideia de montar um coletivo, por achar que a arquitetura está interligada a outras áreas. Na Espanha, trabalhou num laboratório de maquetes, numa especialização em habitações do século 21
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