Inédito no Brasil, o romance Peter e Wendy conta a história original do menino que nunca cresceu
Ninguém quer ser um adulto cheio de preocupações. Ainda assim, crescer é inevitável e um dia nos tornamos essa pessoa.
Existe, no entanto, uma criança que conseguiu driblar o envelhecimento: Peter Pan, o garoto que não queria crescer. O personagem é parte do imaginário de gerações, mas a história original dele – Peter e Wendy, livro de J. M. Barrie, publicado em 1911 – ficou pouco conhecida. Neste mês, a versão traduzida do livro chega pela primeira vez às livrarias do país, em edição da Cosac Naify ilustrada pelo artista plástico Guto Lacaz.
Como o título já antecipa, a obra destaca a figura da garota, que vive em conflito entre o mundo aborrecido dos adultos e as aventuras fantásticas da infância, representadas por Peter e pelos irmãos dela. O livro passa longe de ser meramente infantil ao expor sentimentos complexos que perpassam a trajetória de Wendy, como as preocupações financeiras do pai, os atritos freudianos com a mãe e os ciúmes excessivos da fada Sininho, que em diversos momentos tenta agredi-la.
As ilustrações de Lacaz são outro ponto forte da edição. Feitas com recortes de papel, as figuras remetem a um jogo de luz e sombras e não dão a reconhecer os personagens facilmente, como se qualquer adulto pudesse se identificar nelas. A sobrecapa traz uma surpresa: ela se transforma numa luminária que projeta, sutilmente, os desenhos na parede.
Vai lá: Peter e Wendy, Cosac Naify, R$ 89,00 (pré-venda)