Outro dia perguntei ao Ricardo, um ser humano cujo hobby é implicar comigo, se ele tinha assistido Les Poupées Russes, filme do Cédric Klapisch, um dos meus gênios prediletos. Ele respondeu que sim, mas, como adora fazer, implicou: “você é metida ou não sabe o nome do filme em português?” Respondi que, mesmo se eu soubesse, não conseguiria jamais concorrer com a criatividade dos que inventam os títulos na nossa amada língua.
Sempre que alguém me pergunta se eu já vi o filme tal, pergunto imediatamente o título em inglês. Little Children foi adaptado para Pecados Íntimos e The Holliday para O amor não tira férias. Como é que alguém pode adivinhar? A coisa piora quando o título entrega o filme: Perfume: A história de um Assassino (em inglês é apenas Perfume) Só faltavam traduzir Little Miss Sunshine para Pequena Senhorita Raio de Sol, ou "Babel: um filme bom pacas onde histórias se entrelaçam no Marrocos, no Japão, nos EUA e no México, onde rola um tiro, um deserto, uma varanda em Tóquio e onde o Brad Pitt está um gato". Isso não aconteceu, ufa.
Quanto a Borat!, taí um filme que será pouco entendido no Brasil. As piadas do "segundo melhor repórter do glorioso país Cazaquistão" são muito locais, muito americanas. É como se passassem Casseta & Planeta nos Estados Unidos. O público boiaria. As mensagens, por mais descaradas que possam parecer, ficam na entrelinhas. Sem falar que um dos baratos do filme é justamente o sotaque e o inglês capenga. Por outro lado, assisti a Borat! com o André, filho de uma amiga, ao meu lado, em Manhattan, onde ele mora. André, de 16 anos, já foi quatro vezes (e se você convidar mais uma vez, ele vai). E já começa a rir nas cenas anteriores, então eu ria dele, e não do Borat.
Mas a febre Borat não é só coisa de adolescente. Presenciei cena ainda pior: dois marmanjões, V. e F., brasileiros, um deles mora em Nova York, outro morou por dez anos, ambos feitos na vida... e que sabem t-o-d-a-s as frases do filme. Sente à mesa com eles que você economiza um ingresso. A dupla ainda vive no YouTube à cata de mais episódios. Enquanto isso, assisti a um filme brasileiro imperdível que em inglês seria The Year My Parents went on Vacation... Ou será que alguém vai inventar algum título mirabolante para O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias?
Sempre que alguém me pergunta se eu já vi o filme tal, pergunto imediatamente o título em inglês. Little Children foi adaptado para Pecados Íntimos e The Holliday para O amor não tira férias. Como é que alguém pode adivinhar? A coisa piora quando o título entrega o filme: Perfume: A história de um Assassino (em inglês é apenas Perfume) Só faltavam traduzir Little Miss Sunshine para Pequena Senhorita Raio de Sol, ou "Babel: um filme bom pacas onde histórias se entrelaçam no Marrocos, no Japão, nos EUA e no México, onde rola um tiro, um deserto, uma varanda em Tóquio e onde o Brad Pitt está um gato". Isso não aconteceu, ufa.
Quanto a Borat!, taí um filme que será pouco entendido no Brasil. As piadas do "segundo melhor repórter do glorioso país Cazaquistão" são muito locais, muito americanas. É como se passassem Casseta & Planeta nos Estados Unidos. O público boiaria. As mensagens, por mais descaradas que possam parecer, ficam na entrelinhas. Sem falar que um dos baratos do filme é justamente o sotaque e o inglês capenga. Por outro lado, assisti a Borat! com o André, filho de uma amiga, ao meu lado, em Manhattan, onde ele mora. André, de 16 anos, já foi quatro vezes (e se você convidar mais uma vez, ele vai). E já começa a rir nas cenas anteriores, então eu ria dele, e não do Borat.
Mas a febre Borat não é só coisa de adolescente. Presenciei cena ainda pior: dois marmanjões, V. e F., brasileiros, um deles mora em Nova York, outro morou por dez anos, ambos feitos na vida... e que sabem t-o-d-a-s as frases do filme. Sente à mesa com eles que você economiza um ingresso. A dupla ainda vive no YouTube à cata de mais episódios. Enquanto isso, assisti a um filme brasileiro imperdível que em inglês seria The Year My Parents went on Vacation... Ou será que alguém vai inventar algum título mirabolante para O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias?