por Nyle Ferrari

A baterista da M.I.A correu a Maratona de Londres menstruada como forma de protesto e esquentou o debate sobre o polêmico Free Bleeding

Kiran Gandhi, atleta e baterista da cantora M.I.A, causou polêmica ao participar da Maratona de Londres, que aconteceu no último dia 7, enquanto estava menstruada. O fato teria passado despercebido se Gandhi não tivesse dispensado o uso de absorvente como forma de protesto.

O objetivo da artista era encorajar mulheres a não se envergonharem de suas menstruações e chamar a atenção para todas aquelas que não têm acesso a absorventes. E Kiran não é a única a deixar seu sangue correr livre por aí. O movimento feminista Free Bleeding defende a menstruação como algo natural, que não deveria ser escondido.  

Argumentos não faltam para quem decide abandonar absorventes. Um deles é que esses produtos podem conter substâncias químicas que seriam nocivas ao corpo da mulher, como a dioxina. Além de aumentarem os casos de infecções vaginais, também são grandes poluentes.

Apesar de polêmicos, movimentos como este colaboram para desconstruir o tabu da menstruação, algo absolutamente normal na vida da mulher e que é visto como vergonhoso e nojento - inclusive por uma parcela feminina.

Abdicar do uso do absorvente e deixar a menstruação livre é uma escolha individual, mas não a única para quem deseja respeitar o próprio corpo e desconstruir preconceitos enraizados. A Tpm falou, em 2011, sobre os coletores menstruais.

No Brasil, ninguém (ainda) correu uma maratona menstruada pelas mulheres que carecem de absorventes, mas já existem eventos no Rio de Janeiro e em São Paulo para arrecadar esse tipo de produto e encaminhar às prisões femininas, cujas condições são precárias. 

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