Tpm

por Tania Menai

Hoje vi uns três jornalistas da CNN rindo ao dar a notícia de que, "desculpe aí, foi mal, mas Plutão não é planeta". Também recebi um e-mail do meu amigo Rodrigo perguntando "se nós dois éramos pé-frio". Sem dúvida que sim. Explico. Nossa primeira viagem juntos foi para Nova Orleans. Deu no que deu. E a segunda, foi para os confins da Terra (ainda considerado um planeta): uma cidade chamada Flagstaff, no Arizona. Comentário do Rodrigo: "quer dizer que os mexicanos atravessam a fronteira naquele deserto pra dar nisso aqui? O México deve ser ruim mesmo!" Paciência.

Foi lá, em Flagstaff, que descolei um hotel para servir de base para nossas visitas ao Parque Nacional do Grand Canyon. Pois bem, uma volta a pé pela cidade levou... dez minutos. Mas até que vimos umas três pessoas nas calçadas, além de uma histórica passeata de sete cidadãos! Não é de se admirar que os astrônomos amem aquilo lá - só tem "nada", altura e estrelas.

Para que o Rodrigo não me sacaneasse ainda mais pela tal escolha (além de cismar que eu leio mapa de estrada de cabeça pra baixo), resolvi arrumar uma programação para entretê-lo: fomos ao Lowell Observatory, fundado em 1864 por Dr. Percival Lowell, o homem que descobriu Plutão (em inglês, Pluto). Apesar de eu sempre ter achado planetário coisa de menino, adorei. O trabalho de Lowell foi braçal, minucioso. Ele morreu em 1916. O planeta foi visto pela primeira vez em 1930, lá mesmo. Mas agora, já era. Tentei entrar no site do observatório hoje, e nada. Deve ter dado crash - obviamente todo mundo teve a mesma idéia que eu. Já o Grand Canyon, bem, esse aí talvez seja uma grande cratera perfurada pela Disney. Mas por enquanto, ninguém ainda descobriu.
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