Filha feliz, mãe feliz.

por Elka Andrello

Dor de barriga, casa nova e festa indiana.

Um mês na Índia e já mudamos de cidade. Bom, um mês na Índia e fomos forçadas a mudar de cidade. O plano inicial era morar na comunidade tibetana em Bir, vilarejo no sul da Índia, o mesmo onde foi filmado o longa “A Copa”. Como não achamos nenhuma casa com a mínima estrutura básica para uma criança viver, passamos um mês num quarto em um monastério e comendo nos restaurantes tibetanos no vilarejo. Somando: comida apimentada + cozinha sujinha (estou sendo muito educada) = filha de 2 anos doente e mãe tendo um ataque de nervos. Por sorte, encontrei um amigo brasileiro, que mora na Índia há 3 anos e já passou por todos esses perrengues, que me deu a dica de um lugar bacana para morar. Não pensei duas vezes, mesmo querendo muito morar em Bir, o bem-estar da minha filhota Graziela vem em primeiro lugar. Fiz as malas, aluguei um carro e mudamos para Sidipur, cidade que fica há 1 hora de distância, para uma casinha fofa com um jardim cheio de rosas e do lado do templo onde o Dalai Lama passa o verão. Mesmo forçada, a mudança foi para melhor! No budismo, o objetivo é ser altruísta, e nada melhor que a maternidade para botar isso em prática. Por causa do meu amor pela Graziela saí do lugar que sonhava em morar sem olhar para trás, encarei uma cidade nova e fiz amigos que jamais conheceria sozinha. Descobri que o sagrado ou sublime não está num lugar ou numa estátua, mas na emoção que faz a gente seguir em frente.

 

 

 

 

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