Escrevo este post ao som do CD Pokhara, de Yannick Noah, que acabo de comprar na Tower Records ao lado do Lincoln Center. Yannick é encantador. Mas, desta vez, a ida à "minha loja" foi quase fúnebre. A rede das mais de 100 filiais do país está fechando. Não resistiu à era do MP3, do iPod, da pirataria , do download. Tudo está com desconto. Muitas prateleiras já estão vazias. Noutras, restam aqueles CDs e DVDs que ninguém quer. A coisa é histórica.
Nossa, como era bom flanar pela parte de World Music. Na noite de ontem, minha amiga Adriana e eu navegamos por Irlanda, Magreb, Nigéria, França, Cuba, Israel, China, México, Itália, Argentina, Afeganistão e...Brasil. O globo terrestre fica ali, no fundo da loja. O jornalista Gilberto Dimenstein era outro que, quando vivia aqui, passava qualquer hora livre com os fones no ouvido na seção de jazz. Descolou ali a trilha sonora de alguns de seus verões na cidade, como Diana Krall e Charlie Watts. A parte de cinema também é um delírio, sem falar na ala de música clássica e ópera, separada por uma porta de vidro, com ar-condicionado e poltronas.
Já vi muita gente dormindo, babando, naquelas poltronas. Nessa seção os vendedores sacam muito - imagine que fui lá na véspera de entrevistar Kurt Masur, o ex-maestro da Filarmônica de Nova York, para trocar umas idéias com os caras. Ontem, Adriana e eu escolhemos algumas pérolas com a ajuda de Miguel, um ator filipino que há mais de dez anos roda o mundo com o musical Miss Saigon. Ele contou que todos os produtos das demais lojas dos EUA estão vindo para esta filial. Em meados de dezembro acaba a festa.
Voltei pra casa meio melancólica, acredito que a Adriana também. Resta saber até quando teremos essa troca humana, esse papo com o vendedor. O que será das capinhas de CDs, com fotos, desenhos, letras de músicas? Só sorri quando cheguei em casa e vi um presente que ganhei recentemente - um CD contendo discos inteiros de sei lá quantos artistas. Na face do CD, escrito à mão, lê-se: "com muito carinho". Só isso já justificaria a falência. Mas, enfim, foi-se o vinil, vai-se o CD. Mas fica o carinho.
* A Tower Records fica (por enquanto) na rua 66, esquina com a Broadway. Linha 1 do metrô - estação 66th Street. A parte on-line continua ativa.
Nossa, como era bom flanar pela parte de World Music. Na noite de ontem, minha amiga Adriana e eu navegamos por Irlanda, Magreb, Nigéria, França, Cuba, Israel, China, México, Itália, Argentina, Afeganistão e...Brasil. O globo terrestre fica ali, no fundo da loja. O jornalista Gilberto Dimenstein era outro que, quando vivia aqui, passava qualquer hora livre com os fones no ouvido na seção de jazz. Descolou ali a trilha sonora de alguns de seus verões na cidade, como Diana Krall e Charlie Watts. A parte de cinema também é um delírio, sem falar na ala de música clássica e ópera, separada por uma porta de vidro, com ar-condicionado e poltronas.
Já vi muita gente dormindo, babando, naquelas poltronas. Nessa seção os vendedores sacam muito - imagine que fui lá na véspera de entrevistar Kurt Masur, o ex-maestro da Filarmônica de Nova York, para trocar umas idéias com os caras. Ontem, Adriana e eu escolhemos algumas pérolas com a ajuda de Miguel, um ator filipino que há mais de dez anos roda o mundo com o musical Miss Saigon. Ele contou que todos os produtos das demais lojas dos EUA estão vindo para esta filial. Em meados de dezembro acaba a festa.
Voltei pra casa meio melancólica, acredito que a Adriana também. Resta saber até quando teremos essa troca humana, esse papo com o vendedor. O que será das capinhas de CDs, com fotos, desenhos, letras de músicas? Só sorri quando cheguei em casa e vi um presente que ganhei recentemente - um CD contendo discos inteiros de sei lá quantos artistas. Na face do CD, escrito à mão, lê-se: "com muito carinho". Só isso já justificaria a falência. Mas, enfim, foi-se o vinil, vai-se o CD. Mas fica o carinho.
* A Tower Records fica (por enquanto) na rua 66, esquina com a Broadway. Linha 1 do metrô - estação 66th Street. A parte on-line continua ativa.