por Juliana Menz
Tpm #114

Giselle Motta conta como foi estrear como atriz ao lado de Selton Mello em O Palhaço

“Ô, sorte!” – uma espécie de mantra entoado por toda parte no set do filme O Palhaço. Não é por menos. Sair do caos, fugir com o circo para lugares paradisíacos, desafiar os próprios limites, compartilhar cenas com um gigante da atuação brasileira como Paulo José e, ao mesmo tempo, com atores cheios de magia por estarem debutando, além de ter um diretor polivalente como Selton Mello. Pois sou a primeira a gritar aos quatro ventos: “Ô, sorte!”.

E olha que sou experiente nessa coisa de fugir com o circo! Trabalhei no Ringling Bros. and Barnum & Bailey Circus (EUA), toda bailante em cima do elefante, voltando a ser criança a cada apresentação. E, como num rito de passagem, dez anos depois, me vejo de volta ao picadeiro ajudando a contar a história de Benjamin (Selton Mello), palhaço que questiona sua função no mundo.

Um filme que usa sutileza, poesia e humor incomum como ferramentas pra revelar a saga daquele que faz o público feliz, mas não faz a si; que sabe que tem algo fora do lugar e não sabe o que fazer pra consertar. E, então, convida o espectador a se sentar na arquibancada desse pequeno grande circo e degustar os dissabores de Benjamin.

Mas, preciso confessar, tenho um Benjamin interno, que vez ou outra faz aquela ronda para descobrir o que está fora do eixo, cheio de perguntas como: “Tá certa de que este é o seu caminho?”. E, ao deparar com o repertório de tão belos sentimentos manifestados nessa trupe, não se conteve e gritou: “Ô, sorte!”.

A carioca Giselle Motta, 29 anos, é dançarina e atriz. Estreia no cinema este mês em O palhaço e já está filmando seu segundo longa, Vermelho Brasil, do diretor canadense Sylvain Archambault.

Vai lá: O Palhaço – estreia 28/10 nos principais cinemas do país

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