O feminismo é o novo preto?
Tomara. Documentário aborda questões feministas no Brasil
Os mais antiquados e desinformados podem até virar o rosto e bocejar, mas a verdade é que nos dois últimos anos o feminismo saiu dos coletivos organizados e da academia para ganhar a internet e tomar as ruas. Moveu mulheres que nunca tinham pensado no assunto e também aquelas que se alinhavam com os argumentos mas tinham vergonha de admitir. Porque feminista é sempre chata, não é verdade? Não!
Mas, se você curte desqualificar o discurso de igualdade, lembre que foram agarradas a esses argumentos que as feministas (chatas ou não) garantiram a liberdade que desfrutamos hoje. Então, deixemos o blá blá blá dos preconceituosos de lado e mergulhemos neste universo que, se tudo der certo, vai sim ser o novo preto, e com muito orgulho, muita luta e muita determinação.
Pra quem quer afiar o argumento, um novo aliado: o documentário Corpo Manifesto acaba de sair do forno trazendo entrevistas com 16 aguerridas feministas brasileiras. Em seus 28 minutos, o filme da diretora estreante Carol Araújo enumera tudo que você queria saber e tinha vergonha de perguntar. O feminismo branco de classe média, o feminismo negro, o feminismo trans e as novas questões do feminismo. Está tudo lá.
As filósofas Márcia Tiburi e Djamila Ribeiro, a cartunista Laerte, o ativista transgênero Leo Moreira Sá, a historiadora Margareth Rago, a professora e ativista Luiza Coppieters e a socióloga Marília Moschkovich são alguns dos nomes que, de forma didática e simpática, falam sobre as peculiaridades do movimento feminista no Brasil. A pré-estreia do filme acontece dia 17/02 em uma sessão especial gratuita em São Paulo.
“O ano de 2015 foi gigante para o feminismo no Brasil. Uma onda crescente ecoou por todas as esferas da vida social e privada e vivemos hoje um momento histórico, em que cada vez mais mulheres se descobrem feministas e entendem as estruturas que as oprimem”, diz a diretora. “Organizadas em redes, coletivos ou individualmente, mulheres de todas as idades, protagonizaram atos de resistência contra retrocessos e pelo avanço da conquista de seus direitos em questões históricas como a legalização do aborto e contra a cultura do estupro e do assédio. Com o filme, tentamos criar um possível 'fio de história' do feminismo buscando indentificá-lo no cenário da luta vivida pelas mulheres brasileiras hoje", completa.
Vai lá: Pré-estreia Corpo manifesto, 17/02 às 20h
Aldeia - Rua Lisboa, 445, Pinheiros, SP
Entrada gratuita (sujeito a lotação)