Passamos o dia ”postando” coisas e baixando aplicativos. Antes, nos comunicávamos por bip
Hoje passamos o dia “postando” coisas e baixando aplicativos no iPhone. Há dez anos, nos comunicávamos por bip ou internet discada – de presilha no cabelo e camiseta de Hello Kitty.
Há dez anos, éramos pessoas que tinham mais tempo para fazer coisas como flanar, conversar e ler livros. Isso porque não andávamos por aí com fones de ouvido, mexendo em um aparelhinho que nos “conecta com o mundo”. Passeávamos no máximo com nossos discmans, portando teletrins ou bips. Atenção: esses últimos eram aparelhos bizarros.
Funcionavam da seguinte maneira. Faziam “bip” e isso significava que tinha chegado uma mensagem. Então, você ia até um orelhão e pegava o recado, ditado por uma atendente. Os mais modernos funcionavam com mensagem de texto, tipo SMS. O mais louco era passar uma mensagem. Você tinha que ligar para uma telefonista e dizer o que era. Detalhe: ela proibia palavrões! Lado bom: os bips eram ótimos para dar trotes, já que ninguém sabia de onde vinha a mensagem. E nossos celulares eram enormes.
ETs, músicas e esmaltes
Nessa época, nos vestíamos de maneira muito esquisita, seguindo uma tendência chamada infantilismo. Isso quer dizer que nos fantasiávamos de crianças de 7 anos, com camisetas da Hello Kitty, presilha no cabelo e outros acessórios “fofinhos”. Bem por esse período, rolou a febre das camisetas com mensagens. Algumas eram legais, outras, muito bandeirosas, tipo: “Cuide bem de mim ou suma”. E nós usávamos mesmo assim. Ou seja, nos vestíamos de crianças carentes.
Há dez anos, começamos a descobrir que era possível baixar música na internet. Mas esse era um processo muito delicado, pois a maioria de nós tinha internet discada e demorava horas para baixar qualquer coisa. Por isso, fazíamos isso mais no trabalho. O site de compartilhamento chamava Napster. E teve gente que viajou tanto, mas tanto, que tatuou o logo do site! Se você for um desses, por favor, mande uma foto para a gente. Teve várias outras tatuagens “de época”, como ETs de tipos variados (por que será?) e as chamadas tribais.
Até hoje os coitados que fizeram essas tatuagens carregam na pele o estigma de ruínas dos anos 2000.