O Brasil está cheirando mais cocaína, e o número de usuárias dobrou. Apuramos por que o pó voltou à moda
Seja numa megabalada, numa festinha privê ou num casamento descolado, as filas nos banheiros têm ficado longas. Isso porque um certo pó anda dando sinais de retorno nas grandes cidades. O Brasil está cheirando mais cocaína – e o número de usuárias dobrou. Tpm assopra esse fenômeno e descobre por que o pó voltou à moda, mais impuro do que nunca.
Sexta-feira é dia de rock’n’roll. Mãe e filha afastam os móveis. Espantam os cinco gatos. Preparam o baralho. É dia de botar a conversa em dia, espanar o pó da relação, arregalar os olhos e falar de tudo. Dia de chamar o entregador de pizza, mas não exatamente para pedir uma marguerita. De tão prazerosas, as festinhas em família viraram semanais. Nem sempre, porém, foi assim: “Era cada uma no seu quarto”, diz Maria Clara**, 17, estudante do terceiro ano do ensino médio. Hoje as duas chegam a engatar 12 horas de papo. Sem parar. Viraram amigas. Sentam juntas à mesa – e não perdem a chance de desfiar a madrugada ao som de gargalhadas. Agora, mãe e filha vivem juntas graças à cocaína esticada no mármore do balcão que separa a sala da cozinha.
E, se a droga acaba, a mãe, Heloísa, liga para o entregador de pizza e desembolsa mais R$ 150 – não exatamente para pedir outra marguerita. As duas vão dormir cedo, às seis da manhã do outro dia, depois de muitas partidas de tranca. A avó mora no mesmo prédio e não desconfia de nada. Fica chateada que nunca a oferecem um pedaço da massa. No fim da tarde, quando Maria Clara acorda, muitas vezes a mãe já está esticando a festa de sábado. Às segundas-feiras, ela costuma faltar na aula. A mensalidade, de um tradicional colégio paulistano, custa R$ 1.800. Mas Maria Clara está cansada do fim de semana passado em branco. Há um ano, Heloísa teve um infarto por causa da droga. Ela continua usando. Ainda mais depois de descobrir que a filha é adepta do hábito mantido por ela há 25 anos. “É nariguda que nem a mãe”, orgulha-se a progenitora.
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Em quatro anos, de 2001 a 2005, o número de mulheres entre 18 a 24 anos que usaram cocaína uma vez na vida dobrou de 1,4% para 2,8%. E que utilizaram no último mês, de 0,2% para 0,4%, segundo o mais recente levantamento realizado pelo Cebrid (Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas). Isso quer dizer que pelo menos 327.333 mulheres nessa faixa etária já cheiraram – e 46.761 mandaram pó pra dentro no último mês. Além disso, de cinco anos pra cá, o consumo de cocaína entre homens e mulheres no Brasil aumentou 30%, de acordo com o UNODC, escritório da ONU para drogas e crimes. A quantidade de droga apreendida pela Polícia Federal, só no Sudeste, foi de 1,03 tonelada, em 2000, para gritantes 5,79 toneladas, em 2008.
Noite ilustrada
Fato é que, seja num restaurante, seja num casamento, seja numa balada, sempre tem muita gente cheirando. Será um revival do filme que já esteve em cartaz nos anos 80? Vinte e tantos anos atrás, os yuppies – jovens executivos americanos normalmente ligados ao mercado financeiro – gastavam parte dos seus dólares em longas carreiras de pó branco. Cocaína na mesa era sinônimo de dinheiro no bolso. Na época, 5,7 milhões de americanos respiravam fundo a droga. Hoje, o número de usuários nos Estados Unidos está caindo – apesar de ainda ser o maior do mundo (3% da população usa a droga). No Brasil, está em crescimento (0,7%), e na Europa também (3%, só na Espanha).
Numa conhecida casa noturna paulistana, no bairro da Barra Funda, o segurança esmurra a porta do banheiro pedindo para a menina sair logo. “Tem gente que até dorme aí dentro e eu tenho que acordar!”, reclama. “A mulherada está usando mais do que os homens. Elas saem do banheiro e deixam vários vestígios de que cheiraram”, completa o funcionário impaciente. As cinco portas estão ocupadas, o mictório ao lado está vazio, e a fila de homens e mulheres não para de crescer. “Por que você não vai ao mictório em vez de pegar essa fila?”, pergunta a repórter a um bailante de sorriso alargado. “Porque eu vou dar um teco no banheiro!”, responde, de bate-pronto. No jargão da noite paulistana, cocaína vira teco, padê, brilho, glamour, sniff, glória, buzuzi, Faustão. A favela Água Espraiada, na zona sul, vira Drogas Espalhadas, e a ponta de uma chave qualquer lembra o Dipilique, aquela balinha que as crianças molhavam no açúcar, na década de 80.
A 20 minutos de táxi do clube na Barra Funda, um bar em Pinheiros, onde só se entra com nome na lista e a consumação mínima é de R$ 70, também está com banheiro lotado. Entram uma, duas... cinco pessoas num espaço de 2 x 1 metros. Depois de alguns minutos, saem dando uma espiadinha no espelho, sempre com nariz lá no alto. “Não pode sobrar giz na lousa, né, gata?”, solta um passante.
“Ao contrário do ecstasy, que é associado a alegria, festa e balada, a cocaína tinha caído em certa desgraça, era vista como uma droga pesada. Mas voltou à cena. Não chega a ser uma epidemia, mas ela perdeu um pouco do estigma e pode estar na moda novamente”, opina o sociólogo Maurício Fiori, do Neip (Núcleo de Estudos Interdisciplinares sobre Psicoativos), da USP. É como se houvesse uma alternância de gerações que abusam de determinada droga. Se na década de 80 houve um aumento significativo no consumo de cocaína, que levou pessoas conhecidas pelo grande público a cheirarem violeta pela raiz – ou seja, à morte –, isso pode ter causado uma espécie de má impressão na geração seguinte. Nos anos 90, ela foi deixada de lado (em 1995, nos Estados Unidos, a porcentagem de usuários caiu 2,3%), quando entrou fortemente em cena o ecstasy, que hoje tem dado sinais de estabilização mundial.
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Nos anos 2000, diante de famosas que dobram o pescoço para inspirar uma carreira de pó, a cocaína ganha mais uma vez o antigo glamour. Exemplo disso é a britânica Kate Moss, que em 2006 foi eleita modelo do ano e assinou contratos com marcas milionárias, como Stella McCartney e Yves Saint-Laurent, e ainda lançou uma linha de roupas na inglesa Topshop – justamente depois de ter sido clicada, por um tabloide inglês, com o nariz em ação. “Quando há excessos e usuários morrem de overdose, as pessoas ficam com um pé atrás e param de usar. Esses picos no consumo são cíclicos, acompanham o envelhecimento do grupo social. Eu diria que a cocaína quase sempre está na moda para pessoas de 20 a 25 anos”, comenta o antropólogo e consultor da OMS (Organização Mundial de Saúde) para assuntos ligados à drogas, Anthony Henman.
Ser magra e linda também está na moda, e a cocaína é glamorizada por inibir a fome e elevar a autoestima a um pico irreal. Um segundo após “dar um teco”, a usuária se sente a top model da noite. Mesmo que, na verdade, seu corpo esteja pedindo socorro. A lista de males pelo uso contínuo – seja uma carreirinha de 15 em 15 dias, seja todos os dias – inclui perda de dentes, aumento de cáries, deformação do nariz e da face (por causa de uma corrosão da cartilagem), envelhecimento precoce, depressão, síndrome do pânico, taquicardia, derrame e morte.
“Costumo dizer que mulher aceita ser deprimida, bêbada e cheirada, mas não aceita ser gorda”, diz a psicóloga Silvia Brasiliano, do Promud (Programa de Atenção à Mulher Dependente Química), do Hospital das Clínicas. “No começo dos anos 80 já havia relatos nos Estados Unidos de meninas que usavam a cocaína porque perdiam a fome. Logo que o Promud começou, notamos que as brasileiras fazem esta mesma associação: se pararem de usar, engordam”, completa.
A estudante Mariana, 28, sempre cuidou do corpo. Até que começou a usar cocaína e a emagrecer. Não gostou do resultado. Sentia sua pele flácida e sem tônus, uma magreza nada saudável. “Antes de usar cocaína minha bunda era durinha, agora caiu”, conta. A relação entre dependência de drogas e transtorno alimentar é comum, tanto que 48,2% das pacientes do Promud apresentam algum tipo de distúrbio.
A geógrafa Daniela, 30, dia desses comprou um pó que parecia mais brilhante do que o habitual. No dia seguinte, vomitou sangue. Para o delegado Luiz Carlos Magno, do Denarc (Departamento de Investigações sobre Narcóticos), a cocaína que circula nas ruas é tão misturada que quase não chega a 30% de pureza. “Calcário, aspirina, lâmpada fluorescente triturada, as pessoas não sabem o que estão botando pra dentro”, diz. “O papelote de cocaína, com 1 grama, custa R$ 10 há muito tempo. Não aumentou o valor, mas é quase como o pacote de bolacha que diminui o tamanho e continua o mesmo preço”, conclui Maurício Fiori, o sociólogo do Neip.
"Só" a rebordosa
A cocaína “batizada” não só faz cheirar mais, como aumenta o risco de overdose. “O organismo de um usuário acostumado com a droga impura não está preparado para uma dosagem maior, podendo chegar à overdose caso utilize uma cocaína mais forte. E, com certeza, vai usar mais para ter um efeito equivalente”, explica Marcelo Cruz, psiquiatra e coordenador do Projad (Programa de Estudos e Assistência ao Uso Indevido de Drogas), da UFRJ.
Quase 40% das pacientes do Promud estão lá por causa da dependência de cocaína. A maioria tem em média 30 anos, nível superior ou ensino médio completo. O tratamento, que inclui terapia e visitas à nutricionista, dura longos três anos. As pacientes procuram ajuda, no geral, depois de uma década de uso – que é quando os problemas de saúde começam a aparecer.
O uso dessa cocaína tão impura pode ser o principal motivo da sensação de que “nada acontece” com a saúde de quem cheira, de que ninguém morre de overdose e de que a pedra no sapato do cheirador é apenas a rebordosa do dia seguinte – sensações declaradas por todos os entrevistados desta reportagem. “A droga misturada traz tanto os malefícios causados por outras substâncias quanto pela cocaína”, garante Marcelo Cruz.
A empresária Bia, 37, que “dá uns tecos” há oito anos, não vê problema em usar a droga duas vezes por semana: “Cheirar não me incomoda, me divirto, tudo bem. Já posso ter ido trabalhar mal, mas isso não atrapalha minha vida”. Bia defende o uso da cocaína “porcaria”. Ou seja, com o papelote de R$ 10 comprado na rua Augusta, em São Paulo, ela consegue dormir na volta da balada. “Se você dá esses tecos mais fortes [de R$ 50 a R$ 150 o papelote, pouco mais que 1 grama] com certeza tomou uísque em vez de cerveja, ficou cheirando até o meio-dia e não até às cinco da manhã e vai ficar uns dois dias sem dormir.”
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Cocaína faz o homem brochar e a mulher se atirar no sexo. Verdade ou mentira? Geralmente, o uso a curto prazo traz uma sensação de libertação, uma euforia sexual, tanto para o homem quanto para a mulher. Com o uso frequente, há o aumento da produção de um hormônio chamado prolactina, que manda a libido pro espaço. “Essa substância age mais rapidamente nos homens do que nas mulheres”, explica o psiquiatra da UFRJ, Marcelo Cruz. Além de a cocaína ser totalmente associada ao uso do álcool – nas primeiras doses deixa o bebedor soltinho para, goles mais tarde, não dar conta do sexo. “Embora a bebida possa inicialmente levar a uma desinibição, o álcool é uma droga depressora, que inibe o sexo”, completa Marcelo.
Num mundo onde prevalece o álcool, a cocaína se torna funcional. “Ela diminui, de alguma forma, o efeito excessivo da bebida. Te leva à euforia, enquanto o álcool entra para dar uma relaxada”, explica o antropólogo Anthony Henman. Ao mesmo tempo, a mistura produz uma substância no corpo chamada cocaetileno, altamente tóxica e que potencializa os efeitos nocivos da droga, além de aumentar os riscos de convulsão, ataque cardíaco e morte. “Tem usuários que não percebem que, se não pararem de beber, vão continuar cheirando. São dois os vícios a serem tratados”, explica a psiquiatra Patrícia Hochgraf, do Promud.
Um copo, um teco
“Quando uso me sinto bonita, magra, comunicativa, posso tudo. O pó dá um plus na noite. Não conheço ninguém que prove e não goste. No dia seguinte fico pra baixo. Me sinto culpada, tenho vontade de ficar na cama”, conta a publicitária Adriana, 28. Para a psicanalista Maria Elisa Labaki, do Instituto Sedes Sapientiae, vivemos numa época em que o interessante é se projetar no mundo do espetáculo e da estetização: “O mais importante é o que se mostra, o que se vê, o que está por fora. Depois do alto pico que o sujeito chega com a droga, a realidade se torna uma coisa horrível, por isso a depressão no dia seguinte”. Para a psiquiatra, tudo é uma questão de intensidade e grau. “Quando a gente fala de drogas, precisa diferenciar o uso ocasional do toxicômano. O que define a dependência não é o objeto utilizado e sim a relação de dependência com o objeto.” Para largar o vício, as usuárias precisam reconstituir o círculo de amizades, deixar a birita de lado, praticar alguma atividade física que dê prazer a elas – e bater cartão, durante uns três anos, em um consultório especializado que as ajude a sair do vício. Rotina nada simples para quem, inicialmente, só queria dar um brilho na noite e botar a conversa em dia.
* Colaborou Paula Rothman
Lixo em pó
A cocaína usada hoje pode não ser bem cocaína. Segundo o Conad (Conselho Nacional de Políticas sobre Drogas), peritos criminais encontram as mais esdrúxulas substâncias na droga vendida nas ruas. Aqui, uma lente sobre o que se tem aspirado.
Só o pó
O sorriso largo de quem usa cocaína pode ficar comprometido ao longo dos anos***
Por Paula Rothman
• Verrugas intranasais: a necrose (morte de tecidos) e a perfuração do septo nasal causadas pelo uso facilitam a instalação de agentes virais, como o HPV, provocando lesões e verrugas intranasais.
• Aumento de cáries e tártaro: altera o PH da saliva, aumentando a incidência de cáries e tártaro nos dentes.
• Perda de dentes: o acúmulo do tártaro causa a retração da gengiva e permite que as bactérias da boca penetrem até as fibras que ajudam a sustentar os dentes.
• Mudanças de cor e textura da mucosa da boca e do nariz: podem ser associadas a corrosões provocadas pela aspiração.
• Câncer: as drogas em geral podem causar modificações nas células, aumentando o risco de câncer.
• Deformação de nariz e face: a cocaína corrói a cartilagem do nariz e da face, levando à deformação. Só uma plástica consegue reparar o dano.
• Ataque cardíaco: as chances aumentam 24 vezes com uma mínima quantidade.
• Filhos deficientes: A droga permanece no corpo por três meses. Para homens e mulheres pode haver uma alteração na carga genética, levando a má-formação fetal e abortamento.
** Todos os personagens da matéria tiveram os nomes trocados
***Fontes: Dra. Maria Carméli Sampaio, dentista, consultora da Associação Brasileira de
Odontologia (ABO) e professora da UFPB; Dr. Bernardo Gontijo, dermatologista, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia Regional Minas Gerais e professor da UFMG; Beth Israel Deaconess Medical Center, de Boston; Dr. Renato Kalil, ginecologista e obstetra.
Felicidade transbordante
por Denise Gallo*
A felicidade é a religião do indivíduo moderno, escreveu Edgar Morin. Sua essência é uma “mitologia euforizante”, que arremessa para longe qualquer mal-estar que incomode o lustroso projeto de vida contemporâneo: um conto bem contado, que combina prazer em doses cavalares, poder individual ilimitado e soluções imediatas para todos os males, renovadas a cada estação. Funciona bem, nas páginas das revistas. Quanto à insatisfação crônica que ronda as vidas imperfeitas do mundo real, num eufemismo esperto, ela vira “motivação para a mudança”. E é importante que seja assim, pois, sem insatisfação, não há consumo e sem consumo…
O romance Ser Feliz, de Will Ferguson (ed. Companhia das Letras) – não sou a primeira a citá-lo –, é uma irônica descrição do que aconteceria caso o projeto de felicidade da nossa cultura fosse concretizado. Na história, uma editora publica um livro de autoajuda que, diferentemente dos demais, funciona. As pessoas que leem atingem um grau de bem-estar nunca experimentado e, plenamente satisfeitas, não querem mais rejuvenescer a pele, fazer dieta, comprar acessórios da moda ou ouvir conselhos. Como consequência, as indústrias começam a falir e o capitalismo entra em colapso. Curiosamente, as primeiras “vítimas” da nova ordem são as indústrias de tabaco, de bebidas e as drogas. Faz sentido. Assim como faz sentido o seu oposto: que uma sociedade regida pelo imperativo do gozo inatingível veja crescer o consumo dos mais diversos aditivos químicos que estreitam, ainda que momentaneamente, o abismo entre projeto e realidade. Difícil dar conta dessa obrigação de ser feliz.
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Enquanto a ficção não se torna realidade, um entusiasmo excessivo, totalmente dependente do consumo, segue estampado em capas e telas. A mídia é empolgada por natureza. A mídia feminina, ainda mais. Mulheres saltitantes e sorridentes rodopiam de uma página a outra. O êxtase é total. Ou melhor, o êxtase é total!!! Isso mesmo: total!!! Alguém pode me explicar para que tantos pontos de exclamação? Eu contei: 49 pontos de exclamação foram utilizados em apenas oito capas de uma revista feminina feita para as mulheres de 20 e poucos. Sobre a origem do ponto de exclamação, a Wikipedia explica que a hipótese mais provável é que o sinal tenha surgido da junção de letras da palavra io, “exclamação de alegria”, em latim. Esse é o problema: quem sente tanta alegria? Aí você olha para sua vida, onde provavelmente encontrará muito mais pontos de interrogação, eventualmente algumas reticências, e talvez pense que há algo errado… com a sua vida ou com a revista?
Abaixo o ponto de exclamação. Chega do show de empolgação que nada tem a ver com as contradições humanas. Precisamos todos nos desintoxicar desse drive-thru de felicidade, de definições arbitrárias e receitas infames. Peça pelo número: zero. E não se esqueça que a moda agora é ser simples. Mas essa pegadinha a gente deixa para um outro texto.
*Denise Gallo, 38, é sócia da Uma a Uma, empresa de inteligência de mercado especializada em comportamento feminino: blog.umaauma.com.br. Seu e-mail: denise@umaauma.com.br