Eu não visto 38. E daí?

por Nina Lemos
Tpm #123

Não importa que corpo você tenha, insistem em fazer com que você se sinta infeliz com ele

Como reagir a um mondo que insiste em fazer com que você se sinta infeliz com seu corpo, não importa que corpo você tenha.

As mulheres de proporções “perfeitas” estão em todas as revistas, anúncios, catálogos, comerciais de TV: 90 de busto, 60 de cintura, 90 de quadril, todas vestindo o desejadíssimo manequim 38. Elas não são nem tão magras quanto as modelos de passarela nem tão voluptuosas como as mulheres fruta. Elas são equilibradas. Elas são inatingíveis. Elas vendem saúde, o sorriso é branquíssimo, o bronzeado vive em dia, uma pele sem manchas, uma bunda durinha e curvas perfeitas. Elas são um sonho. Elas são o que você não é. Elas são, aliás, algo ainda pior: elas são o que você poderia ser. A mulher ideal.

Bastava só um remedinho a mais, uma dieta um pouco mais forte, horas e dias extras na academia, um tratamento estético especial. Porque o que elas fazem é deixar as garotas “reais”, nós, com água na boca, famintas por todos aqueles atributos estampados ou projetados na tela. Ah, como elas fazem a gente viver de mal com a gente, não é? Você não se sente assim? Um pouco? Muito? 

“Perdi muito tempo da minha vida sendo infeliz e me aceitei completamente. Uso a roupa que quero, mesmo que tenha que mandar fazer. Rebolo no palco, me sinto sensual. As pessoas acham que se você não é magra você tem que ser infeliz” Gaby Amarantos, 33 anos, cantora, veste 46

Por que isso é tão comum?

De acordo com um levantamento da antropóloga norte-americana Jean Kilbourne, que analisa a imagem do corpo feminino na publicidade há mais de duas décadas, somos bombardeadas a cada semana por cerca de 3 mil anúncios publicitários que trazem modelos (mulheres ou homens) extremamente manipulados por programas de edição de imagem. Gente sem uma ruga, cicatriz ou imperfeição – além de serem quase sempre pessoas brancas e extremamente magras, cujo biotipo “small” (pequeno) diz respeito geneticamente a apenas 5% da população. Depois disso, como é que os outros 95% vão se sentir normais?

Eles não se sentem. Quando tinha 20 e poucos anos, a cantora paraense Gaby Amarantos, 33, vivia às turras com o espelho. “Só me vestia de preto”, diz. “Achava que menina gordinha devia usar preto porque fazia parecer mais magra.” Na época, teve depressão e desenvolveu bulimia. “Eu achava que não tinha nenhuma chance, que, para ser cantora, ter namorado e uma vida legal, uma mulher tinha que ser magra.”

Insatisfação crônica

Com toda essa pressão social, a preocupação com o corpo não é, nem de longe, privilégio de meninas gordinhas. A designer Julia Rocha, 28 anos, uma das garotas que ilustram estas páginas, é um exemplo disso. “Uso manequim 40, 42, mas definitivamente não me sinto bem resolvida com o meu corpo.” O que a incomoda: “Tenho quadril demais, culote. Às vezes me sinto flácida. Nunca usei um vestido tubinho na vida”.

Apesar de muitas vezes ficar brigando com o espelho, Julia sabe que sua paranoia tem raízes culturais e psicológicas. “A gente lida com muita pressão, ainda mais aqui no Rio de Janeiro. Você está sempre na praia, cercada de pessoas lindas. Tem dias em que me sinto um lixo. Mas sei que tem a ver com a minha cabeça. Quando estou bem, não me sinto mal com meu corpo.” Na busca por esse acordo com a autoestima, a designer decidiu reencontrar a própria beleza e topou ser retratada nua pelo fotógrafo Jorge Bispo no projeto Apartamento 302 [leia box abaixo]

Em vez de encarar a câmera fotográfica, a socióloga Kjerstin Gruys escolheu outra estratégia: não olhar. Nem para o espelho. Faltavam seis meses para o dia do seu casamento e ela vivia um roteiro clássico de preocupações: queria emagrecer e não conseguia. A pele tinha marcas e não deveria ter marcas. O cabelo podia ser outro, o mundo era injusto, o universo era uma praga. Era março de 2011 e Kjerstin tinha acabado de tirar um dia para provar o vestido de noiva. Na loja, viu um desastre em tecido branco e forma de mulher. Nada cabia, nada ficava bom, por que tudo estava sempre tão errado?

"Achava que, para ser cantora, ter namorado e uma vida legal, tinha que ser magra", Gaby Amarantos

Na manhã seguinte, a norte-americana, uma ex-vendedora de butique, acordou, olhou para o espelho e tomou uma decisão: não olhar mais para o espelho. Por um ano. Ela iniciou, então, um mês de treinamento. Aprendeu a escovar os dentes sem deixar marca de pasta na bochecha, a pentear os cabelos, a botar a lente de contato, a passar maquiagem, a ajustar a roupa. E criou um blog para registrar o desafio, o Mirror Mirror, Off the Wall.

A experiência transformou a vida de Kjerstin. A blogueira casou, manteve o site, ganhou atenção da imprensa mundial, prepara um livro relatando suas memórias do projeto e, acima de tudo, encontrou um sentido na vida: alertar contra a paranoia da beleza perfeita. Tornou-se, por fim, uma investigadora desse inimigo com que você, eu e metade do mundo convivemos centenas de vezes, todos os dias: o nosso reflexo.

“No dia em que eu olhei um espelho pela primeira vez depois de um ano longe deles”, escreve Kjerstin em seu site, “a coisa que mais me surpreendeu agradavelmente foi descobrir que as minhas primeiras observações não foram sobre o tamanho do meu corpo. Foram sobre a cor da minha pele!” Ela tinha percebido, após atravessar sua missão pessoal, que não havia ficado mais magra, mais loira, mais alta, mais bonita ou mais feia. Sem espelho, sem vaidade desequilibrada e sem pressão social, Kjerstin ficou mais... leve. 

A cantora Preta Gil, 37 anos, é um símbolo de quem já passou por esse processo de intenso sofrimento e inadequação para chegar à reafirmação de um físico natural. “Sofri todo tipo de bullying por ser negra e gordinha”, diz. “Mas há sete anos estou em paz com meu corpo.” A moça, que hoje veste um mais que assumido manequim 46, lançou mês passado uma coleção de roupas plus size para a marca C&A. “Percebi que era amada pelos meus fãs, pelo meu marido, pelo meu filho. Por que só eu não ia me amar?”

Nesse meio-tempo, em 2010, Preta ganhou um processo contra o programa Pânico na TV!, que exibiu imagens em que ela tomava um caldo na praia de Ipanema. A piada mostrava uma sósia “encalhada” na areia, sendo retirada por um trator. Os humoristas foram condenados a pagar R$ 100 mil por danos morais. Dois anos antes, Preta já havia acionado o Google na Justiça. O motivo: o buscador associava seu nome a “atriz gorda”. Assim, virou uma espécie de ícone de mulher que briga para ser o que é. “Sei que tenho um papel político nessa luta e isso me deixa feliz”, afirma. 

“Existe uma espécie de complô que faz com que as mulheres não se sintam felizes com os seus corpos” Marle Alvarenga, nutricionista

O que não quer dizer que ela não tenha sofrido, e muito, em busca do tal manequim perfeito. “Vestia 38. Depois que engravidei, aos 20 anos, passei por uma operação de vesícula, engordei 30 quilos e fiquei anos lutando contra isso. Fiz duas lipos e me arrependo. Tomei remédios, um absurdo”, conta. Preta se prepara para lançar um disco este mês, em que reforça sua bandeira da aceitação. Vai se chamar Sou como sou

Não é difícil entender como Preta Gil entrou nessa. “Existe uma espécie de complô que faz com que as mulheres não se sintam felizes com os seus corpos”, afirma a nutricionista Marle Alvarenga, diretora do Grupo Especializado em Nutrição e Transtornos Alimentares (Genta). “O número de revistas e livros de dietas cresceu exponencialmente desde os anos 80. Existe um mercado que vive dessa insatisfação feminina. Até médicos. Muitos lucram com promessas de milagre.”

Um dos “remédios da moda” para surrupiar uns quilos da balança é uma injeção indicada para quem tem diabetes. “É melhor nem colocar o nome da substância na revista”, diz Marle. “A paranoia é tão grande que, mesmo não aprovado pela Anvisa, a agência que regula os medicamentos no país, e mesmo sem saber exatamente quais são seus efeitos colaterais, algumas pessoas arriscam. É absurdo.”

Aviso sério. Quem quer realmente entrar em uma calça 38 não vai conseguir fazendo uma dieta atrás da outra. “Todo mundo precisa comer de forma saudável. Fazer regimes de abstinência e depois compensar comendo tudo o que não comeu no dia seguinte causa problemas graves”, explica a nutricionista. “Entre outras coisas, isso faz com que seu corpo não emagreça. E é preciso entender que ser magra não tem nenhuma ligação com ser saudável.” A afirmação pode parecer óbvia, ou escandalosa. Afinal, estamos acostumadas a associar magreza com saúde desde que nascemos. “O que mede a saúde de alguém não é o peso”, prossegue Marle. “Mas a taxa de açúcar no sangue, a hereditariedade, uma série de fatores que não podem ser medidos pelo peso. Muitas vezes emagrecer pode ser tudo, menos saudável.”

Atenção para as palavras da nutricionista: “Não existe nenhum remédio que vá te fazer entrar em uma calça 38 se esse não for o seu biotipo”. Ela disse nenhum, percebeu? 

“Vivemos a era da esteticomania”, afirma a filósofa Marcia Tiburi. Uma época em que o que importa é o corpo que você vai exibir, seja em uma coluna social ou no Facebook. “E não é só o corpo. É tudo o que pode ser transformado em imagem. Você precisa exibir um corpo perfeito, um carrão, tudo que forme um conjunto de imagens considerado poderoso”, explica.

Esteticomania e gordofobia

Marcia acredita que o corpo é visto como uma religião. E, como em toda religião, o sacrifício é valorizado. “Por isso, uma mulher que não faça dieta é vista como ‘desleixada’. Se ela não se sacrifica, é como se fosse infiel. A gordura é vista como excesso. O sacrifício, seja na academia ou para fazer dietas bizarras, é muito valorizado. Se você não faz esse sacrifício, é visto como um ser menor.”

A cantora Gaby Amarantos lembra que, além de ter tido bulimia, tomou remédios e até se submeteu a uma cirurgia de lipoaspiração para tentar se livrar da culpa de ter o corpo “fora de forma”. “Fazer essa plástica é uma das coisas das quais mais me arrependo”, conta. “Fiquei cheia de cicatrizes, doeu. Foi muito violento.” Hoje, aos 33 anos, depois de ter um filho, conta que finalmente se libertou. “Vi que perdi muito tempo da minha vida sendo infeliz e me aceitei completamente. Uso a roupa que quero, mesmo que tenha que mandar fazer. Rebolo no palco, me sinto sensual. As pessoas acham que se você não é magra você tem que ser infeliz. Eu não sou infeliz.”

“É como se o corpo da mulher fosse visto com os óculos de alguém que vai medir um caixão. Parece pesado falar isso, mas as pessoas julgam o corpo por uma medição” Marcia Tiburi, filósofa

O problema é que ser chamada de gorda continua sendo um insulto. E daqueles. “Não sei te dizer quantas vezes por dia sou xingada na internet”, conta Lola Aronovich, autora do blog Escreva Lola Escreva. “E, quando querem me ofender, o que eles escrevem? Escrevem que sou horrorosa e gorda.” O preconceito físico é um dos assuntos preferidos de Lola, uma professora universitária especialista em literatura inglesa que também já foi sugada pela paranoia dos regimes. “Tomei inibidores de apetite dos 22 aos 29 anos, entrava e saía de regime e não conseguia emagrecer.” Hoje, ela não sabe quanto veste e dedica parte do seu tempo a estudar o tema. “Se eu, que tenho 45 anos, me sinto oprimida, imagina uma adolescente? Recebo cartas de meninas que se sentem cobradas e excluídas por não terem o corpo que imaginam ser o ideal.”

Para Marcia Tiburi, esse olhar cheio de crueldade – e com uma fita métrica embutida – sobre o corpo feminino é uma espécie de negação da vida. “É como se o corpo da mulher fosse visto com os óculos de alguém que vai medir um caixão. Parece pesado falar isso, mas as pessoas julgam o corpo por uma medição”, explica. “Como um vendedor de caixão que quer saber ‘se esse corpo cabe’ naquela caixa. É um corpo cadáver, então, já que só se valoriza o peso, o tamanho. Dentro dessa esteticomania, a mulher valorizada é aquela que consegue controlar o seu corpo. Um caixão é uma calça 38.”

No início da adolescência, lá pelos seus 13 anos, a atriz Gabriela Haviaras vestia manequim 34. Rapidamente, com o crescimento precoce, passou a usar 40. “Morria de vergonha de ir à praia”, conta a carioca. Aos 20 anos, seu comportamento começou a mudar. A aceitação do tipo físico chegou com o esporte. “Comecei a fazer ioga. Vi que o meu corpo era bonito, que tinha elasticidade. Quando você está saudável, você fica naturalmente bonita, independentemente do seu peso”, diz. “Acho um absurdo essa imposição para que a gente tenha que vestir 36 e 38. Isso não faz parte da nossa cultura. Sou uma brasileira típica. Tenho quadril largo.”

A artista plástica Nathalie, francesa que mora no Brasil há dois anos e que também ilustra esta reportagem, tem 30 anos. E já percebeu que tentar entrar em uma calça 38 é bobagem. “Nem sei quanto visto. Acho que é 42... Mas fico chocada ao ver a obsessão pelo corpo que existe no Brasil. Talvez nos Estados Unidos, onde já morei, seja igual. Mas é seguramente pior do que na Europa.” Faz sentido, já que Brasil e Estados Unidos são os campeões mundiais de cirurgia plástica. “As pessoas procuram perfeição. Mas, se você procura perfeição, nunca vai estar feliz”, diz. “A perfeição não existe.” Nem se você vestir 38. 

  

De corpo limpo

O fotógrafo Jorge Bispo retrata a beleza da mulher normal no tumblr Apartamento 302

“Não existe mulher absolutamente perfeita, ainda bem!”, dispara Jorge Bispo. Foi do seu amor pela imperfeição, “um dos grandes charmes do ser humano”, que o fotógrafo carioca decidiu criar o Tumblr Apartamento 302. Nele, retrata mulheres – geralmente, garotas anônimas que ele conhece de diversas maneiras – sempre no mesmo ambiente: em frente a uma das paredes da sala de seu apartamento (daí o nome do blog), nuas. O resultado são fotografias em preto e branco que mostram a beleza verdadeira, e real, de mulheres comuns – e que ilustram com 
perfeição esta matéria, que fala sobre a ditadura do corpo perfeito. Para selecionar as retratadas, Bispo avisa: “Observo duas principais características nelas. Uma é vaidade, a outra é um sentido de liberdade, de poder se expressar através do seu corpo independentemente do padrão, de como ele seja. Tipo, ‘se eu quero, posso ficar pelada’”. Se identificou? Bispo aceita inscrições no e-mail: apartamentotrezentosedois@gmail.com.

Vai lá: apartamento302.tumblr.com

 

  

Moda maior

A falta de padrão dos tamanhos das roupas só aumenta a insatisfação feminina com o próprio corpo

“Outro dia a minha stylist foi pegar uma roupa para mim em uma grife e eles falaram que, se era para mim, não queriam ceder. Sabe o que é isso? A marca não queria se associar a alguém gordo.” O desabafo é da cantora Preta Gil, que lançou mês passado uma coleção de roupas plus size em parceria com a C&A. “Para mim, este é um momento histórico. As pessoas acham que se você é maior não pode usar roupa justa, ser sensual. Quero mostrar que podemos, sim.”

Preta veste manequim 46 e sofre para conseguir comprar roupa no Brasil. O problema não acontece só com ela. Mesmo quem usa 42 ou 44, tão comuns para a mulher brasileira, muitas vezes acha difícil encontrar um só jeans que seja. “Sou maltratada nas lojas porque o meu manequim é 44, 46. As vendedoras não olham na minha cara e algumas nem me atendem”, diz a estilista Mariana Frota, 23 anos, uma das mulheres que ilustram esta matéria. Ela, que se diz bem resolvida com o corpo, decidiu não entrar na paranoia e passou a fazer as próprias roupas. E também a vender. “Minha preocupação é que a roupa caiba em todo mundo. É a primeira coisa que penso quando crio”, diz.

“Para mim este é um momento histórico. As pessoas acham que se você é maior não pode usar roupa justa, ser sensual. Quero mostrar que podemos”
Preta Gil, cantora

“No Brasil não existe variedade para uma mulher 44 ou para as mais velhas”, afirma a figurinista Claudia Kopke, da TV Globo, responsável pelos figurinos de Fátima Bernardes e Regina Casé. “Mesmo para a Fátima, que é uma mulher magra, manequim 42, muitas vezes tenho que mandar reformar a roupa”, conta. Claudia ainda aponta outro problema sério no país: a falta de padronização dos tamanhos. “Cada loja tem o 40 de um tamanho, e o tamanho desse 40 tende a ser cada vez menor. Fora que algumas marcas simplesmente não vão além do 42”, explica.

46 não entra?

“Faço modelos que vão do 36 ao 46”, afirma o estilista Reinaldo Lourenço, um dos nomes mais importantes da moda brasileira. “Mas não tenho nem condições comercias de fazer todos os looks de todos os tamanhos. Então, depende do modelo. Se acho que o vestido é muito colante, decotado, que não vai ficar bem em uma mulher que usa 46, não faço. Mas essa mesma mulher vai encontrar outras opções na minha loja”, garante.

Seu colega de São Paulo Fashion Week, o estilista Dudu Bertholini, da Neon, é um entusiasta das plus size. E tem, entre as mulheres maiores, parte da sua clientela mais querida. “A moda tem que ser democrática. Ela não pode ser excludente. Se a moda excluir, ela está indo contra seu próprio princípio, que é o da liberdade”, afirma. “Meu maior prazer é ver uma mulher maior, linda, de Neon. Porque uma magra encontra roupa em mil lugares, tem muitas opções, fica fácil.” Conselho do estilista: “Acho ridículo falarem que preto emagrece. Não é verdade. O que importa é a silhueta da roupa. E, se faço peças chamativas, estampadas, por que só um magro pode usar? Não acredito nisso. É para todo mundo usar, sim”.

Apesar da visão democrática de Dudu Bertholini, a crueldade da ditadura do 38 ainda está introjetada no mundo da moda, segundo a editora de moda da Folha de S.Paulo Vivian Whiteman. “Apesar dessa ‘onda’ de plus size, as modelos de passarela ainda usam no máximo 36 (!!!). Uma modelo que use 40 já é considerada plus size no mercado. A partir de 38 já é considerado excesso na moda”, nos assusta a editora.

E isso vai mudar? “Acho que não”, afirma Vivian. E vai além. “As revistas de moda e os desfiles não vendem só um estilo de roupa. Vendem também um estilo de corpo. Você abre uma revista de moda e vê uma mulher magra. Algumas páginas depois, verá uma seção de dietas e fitness. Ou seja, a revista tenta vender a roupa e uma fórmula para caber dentro do corpo que eles julgam ‘o certo’”, teoriza Vivian – segundo ela, taxada de “gorda” no mundo da moda. Detalhe: ela veste 40.

 

* Colaborou Gabriela Sá Pessoa

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