Sujeito Homem 2, segundo disco do Rappin' Hood

Pra ficar odara. O novo álbum de Rappin' Hood

por Fernando Luna em

Rappin' Hood - Sujeito Homem 2 [Trama]

Sujeito Homem 2 tem 16 músicas, e quase todas dão certo.

Uma delas dá certíssimo, e funciona como resumo do álbum: Rap Du Bom Parte II. Nela, Rappin' Hood convida Caetano Veloso para cantar. Não o Caetano de protesto, autor de Haiti e Fora da Ordem, mas aquele supostamente alienado, de Odara.

E a música escapista enfim encontra o ritmo engajado, sem preconceito. Contra a exclusão social, inclusão musical. Os dois discursos se completam e se ampliam.

Os versos do baiano (pra ficar tudo jóia rara/ qualquer coisa que se sonhara) fazem contraponto às rimas do rapper da Vila Arapuá (eu quero dizer ao mundo inteiro que somos irmãos).

O canto e danço que dará, composto em 1977, de repente parece ter sempre se referido aos MCs e b-boys do hip-hop. Ao mesmo tempo, faz lembrar que rap é compromisso, sim, mas antes disso é música. E que música muda o mundo, mesmo sem pose nem cara de mau.

Enquanto Mano Brown reúne a tropa para discutir se o rap errou com seu discurso muitas vezes virulento e ensimesmado demais, Rappin' Hood avança com sua mistura, que é pro mundo ficar odara, bonito, cheio de vida em iorubá. 

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