Os olhos brasileiros do street style
O brasileiro Lee Oliveira é fotógrafo digital da conta do New York Times no Instagram, já trabalhou para grandes marcas e cria imagens com movimentos mais reais
O fotógrafo Lee Oliveira, referência global em street style, tem no currículo trabalhos para Gucci, Valentino, Moschino, Levis, GAP, Tory Burch e Tods, entre outras grandes marcas. Além disso, é o responsável por cobrir as semanas de moda ao redor do globo para o New York Times, jornal em que também participa da coluna Thursday Style e pelo qual assume a conta no Instagram, para fotografar desfiles e moda de rua.
Tudo começou em 2000, quando Lee criou um blog enquanto trabalhava nos bares e restaurantes de Londres. "Fotografar era como um hobby e eu usava uma Nikon DTX emprestada por um amigo. Comecei a subir as imagens em um blog por diversão e para explorar minhas habilidades fotográficas", conta. Pouco depois ele decidiu se mudar para Austrália, terra natal de seu namorado, Jamie. "Viemos juntos pra cá há 11 anos e hoje considero Sidney minha casa." Trip bateu um papo com Lee sobre a ascensão de sua carreira e sobre sua especialidade, a fotografia de moda.
Como aconteceu a grande virada em que a fotografia passou de hobby a profissão e reconhecimento? Em 2011, fui para Nova York e conheci de forma despretensiosa a diretora geral de comunicações digital da Gucci que me convidou para projetos especiais com a marca. Depois, o New York Times começou a comprar minhas imagens para o Thursday Style – uma das colunas do jornal publicada toda quinta-feira. E quando o digital surgiu com o Instagram eles me convidaram para tomar conta do projeto. Já estou com eles há cinco anos. Conquistei uma liberdade total de fotografar e ter minha própria opinião dentro do departamento digital de moda deles.
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Qual é seu método para fotografar street style? Ser amigável e não impor atitude para as pessoas é como eu trabalho sempre.
O que uma pessoa precisa ter para ser fotografada por você na rua? Costumo fotografar diferentes pessoas com frequência, pois são elas que trazem um toque extra de moda para tornar minhas imagens ainda mais informativas. Gosto de ser criativo e variar minha fotografia além da vibe "street style". Mas o mais importante é a segurança de acreditar no que está vestindo, e propor algo novo, sair do lugar comum.
E as vantagens e desvantagens de ser um profissional self-made? Ninguém sobrevive no universo street style sozinho. Cinco anos atrás um fotógrafo conseguia ganhar um bom dinheiro vendendo fotos. Quando eu comecei provavelmente tinham, no máximo, 15 fotógrafos nas portas dos desfiles e todos nós nos conhecíamos. Hoje em dia você pode encontrar centena deles, dependendo do desfile. É preciso criar seus próprios contatos.
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Quem são as fashionistas e trendsetters mais influentes hoje em sua opinião? Não tenho uma lista precisa, muitas variam o estilo a cada estação e gosto de analisar com olhar crítico e ter minha opinião sobre a tendência ou informação que está sendo passada, assim posso decidir se gosto e se fotografo. Nem sempre as fashionistas ou trendsetters são as mais populares.
Vai lá: leeoliveira.com
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