A Revolta Contra a Vergonhosa Disputa por Cargos
Revoltante!
Estou muito preocupado com nosso país e nós, seus habitantes. Tudo parece esta sendo orquestrado para se antepor aos nossos interesses. E o que me causa espécie é que não fazemos um único movimento para contestar.
Outro dia os deputados federais aumentaram seus salários em flagrante abuso de poder. Apenas um grupinho de estudantes fez protesto em Brasília, facilmente contido a borrachadas pela Polícia Militar.
Agora a gente vê nos jornais os comentários acerca da falta de vergonha dos políticos na disputa desenfreada por cargos no novo governo. Não há o menor pudor e sequer a mínima preocupação de mascarar para esconder. É tudo agressivamente negociado. Dividem os bens e o poder do Estado entre si e na maior cara de pau, à vista de todos. Da forma mais nua e crua, sem qualquer encenação, lutavam para colocar seus apaniguados em posição de poder.
Não tentam sequer mentir, nos enganar, seduzir com símbolos, talvez uma aproximação gradativa, nada. Não há jogo e nem mistério, as cartas já estão viradas na mesa. Todos partem imediatamente para a satisfação de seus anseios particulares. Usam o Estado como instrumento de suas satisfações.
Noções coletivas, preocupações com as injustiças existentes, troca de idéias visando o bem público, interesses sociais, universais e para o bem de todos foram simplesmente descartados. Todos revelavam apenas suas relações de força para conquistar posições vantajosas de poder. Vale apenas a conquista do poder para a distribuição de privilégios e favores. Oligarquias estão substituindo oligarquias, carentes de valores, idéias ou qualquer compromisso com o bem coletivo.
A orgia das alianças pelo poder estava tão violenta, a crueza das abordagens tão agressivas que a Presidente recém eleita, como ultima medida, suspendeu as nomeações. A palhaçada fica para fevereiro, após a eleição das presidências da Câmara e do Senado.
Não é revoltante? O que podemos fazer? De minha parte vou mandar e-mails bem malcriados e cheios de cobranças para o deputado que votei. Não vou dar sossego. Quem mandou conquistar meu voto?
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Luiz Mendes
04/01/2011.