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por Banco do Brasil

Por que somos como somos?

apresentado por Banco do Brasil

Da miscigenação à capacidade de se divertir, encontro em Salvador mostra o que faz do Brasil um país único

Um sábado ensolarado preparou baianos e visitantes para as emoções da quarta etapa do Inspira BB, no dia 30 de setembro, em Salvador. O público encheu a sala principal do Teatro Castro Alves e foi do riso ao choro em vários momentos. O evento, que alterna palestras curtas de convidados e funcionários do Banco do Brasil com apresentações artísticas, teve como tema Mundo em transição: A identidade brasileira. Por que somos como somos?.

Na abertura, o Ilê Aiyê reforçou o ambiente local. Em seguida, o ator Eduardo Wotzik interpretou “Navio negreiro”, do poeta que dá nome ao tradicional teatro. E, na primeira palestra, a atriz Elisa Lucinda propôs “uma reflexão sobre o quanto há de racismo nos nossos atos e palavras”. “Em uma nação cheia de expressões duras em relação à negritude, muitas vezes falamos sem querer”, alertou, com exemplos práticos e muita descontração.

A professora aposentada Diva Guimarães chamou a atenção para a importância do cuidado do docente com cada criança: “Se ele acolher, salva. Uma palavra negativa destrói pelo resto da vida. E se faz isso especialmente com negros, índios, moradores da periferia”. Ela e muitas pessoas não seguraram as lágrimas com a surpresa da sua ex-aluna de ginásio Rosângela Fernandes, que viajou de Curitiba a convite dos organizadores. “Foi esta mulher que me inspirou”, revelou a também professora de educação física. “Sou um dos exemplos vivos da sua educação, da sua história”, completou.

A atriz e apresentadora Regina Casé convocou a plateia a celebrar as diferenças e não conviver apenas com pessoas que pensam de maneira parecida. “Parece difícil ir ao encontro do que é desconhecido, do que rejeitamos. Mas a recompensa é muito boa. O amor é muito maior”, garantiu.

O economista Eduardo Giannetti exaltou a fusão das culturas ameríndia, africana e europeia, receitando um olhar para o que une os brasileiros. Ele defendeu a busca por redução drástica da desigualdade e por igualdade de oportunidades para todos. “O Brasil não pode se imaginar uma cópia imperfeita de um modelo ocidental. Nossos valores são outros”, observou, apontando a sociabilidade como grande qualidade deste povo.

Essa característica também foi destacada pelo jornalista americano Seth Kugel, amparado por sua relação de 14 anos com o Brasil. “Prefiro passar uma noite no bar com cinco brasileiros desconhecidos a passar com cinco amigos dos Estados Unidos. Vocês têm uma habilidade extraordinária para bater papo”, derreteu-se.

Três funcionários do Banco do Brasil falaram sobre discriminação. Miguel Arruda contou como foi vítima de um colega que não gosta de nordestinos e fez disso uma jornada de evolução pessoal e profissional. “Senti a dor de todos que julguei com meu preconceito”, admitiu. Vanessa Oliveira relatou como assumir os cabelos encaracolados a levou à construção da autoaceitação e do autoconhecimento. “Posso ser bonita sem seguir o padrão dos outros, me sinto muito feliz assim e orgulhosa de ser negra”, afirmou. Edson Sena, que brincou com a origem das palavras, usou o caso da união inter-racial de seus pais. “É por sermos diferentes que somos iguais”, opinou.

Lucas Galindo, que trabalha no BB, narrou seu processo de reconexão com suas origens indígenas. Em contato com aldeias aos 17 anos, ele participou de rituais. Dali surgiram o orgulho de suas raízes e a adesão às causas dos índios. Filipe Zapparoli apresentou sua trajetória de superação. Como uma fratura encerrou o sonho de ser jogador de futebol, ele se dedicou aos estudos e foi aprovado em concurso do Banco do Brasil, seguindo seu maior incentivador, seu pai, bancário, que acabou falecendo aos 49 anos. Fortalecido pelas dificuldades, ele concluiu: “A vida sempre nos dará uma nova oportunidade de vitória”.

O compositor e pianista Francis Hime cantou e tocou clássicos da MPB de sua autoria, acompanhando pela Orquestra Sinfônica da Bahia. Ele indicou os potenciais do país na sua área: “Somos fabricantes de emoções e ideias musicais tão diversas. Com essa capacidade de reinventar e elaborar. A grande civilização de que Darcy Ribeiro se orgulhava tanto”. Houve também um espetáculo do Balé Teatro Castro Alves. E o ator Harildo Deda deu voz a palavras do escritor Mário de Andrade sobre a miscigenação nacional.

No encerramento, o presidente do Banco do Brasil, Paulo Caffarelli, lembrou que as 5 mil agências e os 100 mil funcionários do banco espalhados por todo o país são uma amostra da diversidade brasileira. Ele incentivou o envolvimento dentro da empresa para abraçar as questões discutidas nas etapas do Inspira BB. “Elas nos trazem grandes lições. Quem aqui não se identificou com alguma das histórias?”, disse. “Foi uma energia muito forte. A gente quer fazer isso muitas e muitas vezes.”

Créditos

Imagem principal: Ravena Sena Maia

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