Luiza Nascimento

por Luiz Filipe Tavares

A estudante santista de 23 anos mostra seu lado mais ousado: ”Sou várias numa só”

No dia da maior tempestade do ano, Luiza entrou na redação como protagonista de um romance nunca escrito no qual sou só um figurante. Eu olhava a chuva pela janela quando a vi cruzar o corredor em direção à minha mesa. Ela usava uma blusa de seda vermelha muito fina que, apesar de larga, tinha um decote diagonal transparente que exibia sutilmente um sutiã rendado preto. Com classe, andava devagar, decidida e e cuidadosamente maquiada em uma tarde de temporal, como se recusasse à natureza o gosto de vê-la na rua parecendo qualquer coisa menos do que esplêndida. As cabeças virando para acompanhar caminhada não pareciam lhe incomodar enquanto ela chegava, vagarosamente, para me dizer "oi" com um já completo sorriso no rosto.

Enquanto conversava com a morena de pele claríssima para este perfil, meus olhos estacionaram sobre os dela. De primeira, confesso, nem reparei a semelhança de nossa Trip Girl com Mel Lisboa, atriz que marcou a TV brasileira como a ninfeta protagonista da minissérie Presença de Anita. Eu só tentava definir qual era o trunfo de sua beleza, que apesar de carregar uma inocência que pode ou não ser proposital, tem também um toque de sensualidade que desarma qualquer pessoa em seu caminho.

Ela diz não saber o que os homens vêem nela: “Eu me acho bonita, mas acho que faço mais sucesso do que eu deveria. Tenho cara de criança”, ri enquanto se mexe devagar, com toda a graça do mundo. “Sou tímida demais e sou péssima para paquerar, até quando estou a fim. Mas nunca sou grossa com ninguém. Sempre trato as pessoas como gostaria de ser tratada.”

Conforme ia me recompondo do choque de ter que fingir indiferença ao encantamento causado por Luiza, aprendi mais sobre ela. De sobrenome Nascimento, com 23 anos, a santista vive em trânsito no eixo Anchieta-Imigrantes entre São Paulo, onde trabalha no Instituto Butantã, e São Vicente, onde mora com a mãe. A estudante do último ano de Farmácia sonha com um trabalho na área de pesquisa, tem Marie Curie como heroína e modelo, mas como toda mulher forte e decidida, recusa-se a definir-se pelo que faz.

“Tenho vários lados. Sou várias pessoas numa só. E no ensaio descobri lados novos em mim”

“Eu tenho vários lados. Sou várias pessoas numa só. E no ensaio eu descobri lados novos em mim”, contou provocativamente, brincando sobre os motivos que a levaram a posar nua. “Muita gente me falava que eu ia gostar de fazer essas fotos. Sempre quis fazer um ensaio assim. Quero ter esse material para quando estiver mais velha. O que eu quero é mostrar para meus netos como a avó deles era gostosa.”

Luiza tem tatuada no braço esquerdo a representação da molécula de serotonina. O curioso é que o efeito que ela causa no corpo de seu interlocutor é o mesmo que o chamado “neurotransmissor da felicidade” tem no cérebro humano: sensação de alívio, alegria e excitação. Entre piscadas lentas de seus olhos profundos, ela revelou o que é preciso para ter acesso a um pouco dessa química.

“Não tenho namorado então não tive que enfrentar ciúmes para posar nua. Mas se tivesse, jamais namoraria um cara tão cabeça fechada que não me apoiasse em uma hora como essa. Homem tem que ter mente aberta. Não gosto de cara preconceituoso, nem de cara muito coxinha, nem de cara mau-humorado”, afirmou, com uma determinação digna de grandes oradores. “Não tenho grandes segredos. Sou fácil de agradar. O que eu gosto é de aproveitar a vida de todos os jeitos. Pra que aproveitar de um jeito só?”

Foi só depois do nosso encontro que pude ver as fotos do ensaio que você vê acima. Eu conheci só um dos muitos lados de Luiza e provavelmente nunca mais terei a chance de vê-la assim de perto novamente. O outro você conhece aqui no site da Trip.

Produção Executiva e de Moda Anabelle Custodio / Make & Hair Alessandra Maloupas / Créditos de Moda: Darling / Plié / Toli / Scala

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