por Daniel Tamenpi

Lucas Santtana renova o estilo voz e violão em seu novo e quarto disco, ’Sem Nostalgia’

O músico Lucas Santtana disponibilizou seu quarto disco para download em diversos blogs e em seu site pessoal. “Sem Nostalgia” tem o famoso conceito de “voz e violão”. Mas não pense que o músico encarnou João Gilberto ou Dorival Caymmi. Pelo contrário. Fugindo de clichês, Lucas Santanna construiu um disco conceitual tocando violão, sampleando seus próprios acordes e fazendo diversas programações. Abusou (no bom sentido) de efeitos que ajudaram a inflar a sonoridade das músicas. A parte percussiva é toda tocada no corpo do violão. E as composições, boa parte em inglês, fecham com chave de ouro um ótimo disco de música brasileira contemporânea. À primeira audição não se percebe a simplicidade do disco, pois as músicas são enriquecidas por diversos ambientes; mérito do próprio músico que fez questão de participar e interferir, de maneira positiva, na produção, exatamente para fechar o conceito desse álbum. Convidou amigos e ótimos produtores como Berna Ceppas, Chico Neves, Rica Amabis, Buguinha Dub, Gil Monte, Curumim e alguns outros. O resultado final ficou em 12 faixas onde Lucas Santtana reconstrói para os dias atuais (em que a musica é feita com computadores, diversos softwares, efeitos e filtros) a linha mais básica da música brasileira: voz e violão. Ele explicou um pouco melhor pra Trip toda essa experiência.

Você sempre brinca com conceitos em seus discos. Qual foi a proposta do “Sem Nostalgia”?
Fazer uma espécie de “estudando o samba” do formato voz e violão. Se divertir com essa limitação e ao mesmo tempo expandi-la. Mostrar que um disco feito apenas com voz e violão pode soar eletrônico, pode soar como banda, etc.

Porque colocar o disco diretamente pra download gratuito? O formato CD já morreu pra você?
Porque isso ajuda a venda de CDs. O meu último disco “3 Sessions In A Greenhouse” vendeu mais rapidamente que os dois primeiros. E por outro lado permitiu que pessoas que já acessavam a internet e moravam em cidades pequenas pudessem ter acesso. Além disso, o fato do disco estar disponível não impede que ele esteja à venda também na internet. Tem pessoas que não gostam de baixar “ilegalmente”. Enfim, existe público para tudo. O importante é estar em todos os lugares. O CD não morreu, ele se transformou, perdeu sua importância como suporte físico, mas continua sendo o velho livro que você quer segurar na mão e ler todos os capítulos na seqüência. O mundo comporta tudo.
 
Em seu disco anterior você liberou as musicas para que as pessoas fizessem seus próprios remixes. Qual foi seu objetivo com isso? Você pensa em fazer o mesmo com o “Sem Nostalgia”?
Que o disco renasça a cada novo remix. Que ele não seja uma coisa que acabe após lançado. E é isso mesmo que sinto cada vez que recebo um remix novo por e-mail. Farei o mesmo com esse disco.

Já que as cordas comandam o disco, quais foram os artistas sampleados nos violões?
Todos os grandes da MPB, mas na verdade a gente picota, corta e cola tanto que nem eu sei mais quais eram as músicas.

 

Para fazer o download do disco "Sem Nostalgia", clique aqui.

 

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