Alabama Shakes, segunda temporada
Uma conversa com a guitarrista Brittany Howard, que se apresenta no Lollapalooza Brasil em março com a banda e um novo (e aclamado) disco, "Sound & Color"
Com apenas dois álbuns na carreira, a americana Brittany Howard, vocalista e guitarrista do Alabama Shakes, de 27 anos, se tornou um fenômeno de crítica e público. Boys & Girls (2012), primeiro álbum de sua banda — que conta também com o guitarrista Heath Fogg, o baixista Zac Cockrell, o baterista Steve Johnson, e os tecladistas de turnê Ben Tanner e Paul Horton —, vendeu 500 mil cópias só nos Estados Unidos e rendeu ao grupo três indicações ao Grammy, incluindo a categoria Melhor Novo Artista. O sucessor, Sound & Color, estreou no primeiro lugar da Billboard e foi incluído nas principais listas de melhores discos de 2015. A banda, que busca inspiração no soul, funk e R&B dos anos 1960 e 70 para fazer rock, toca pela segunda vez no Lollapalooza Brasil, no domingo, dia 13 de março (a primeira foi em 2013). Realizado nos dias 12 e 13 de março, novamente no Autódromo de Interlagos, em São Paulo, o festival tem atrações como Eminem, Tame Impala, Noel Gallagher, Marina and the Diamonds, Snoop Dogg, Cold War Kids, Eagles of Death Metal, Florence + the Machine, Mumford & Sons, Of Monsters and Men, entre outros. Conversamos com Brittany, por e-mail.
Você foi convidada por Paul McCartney para cantar “Get Back” no Lollapalooza americano do ano passado. Podemos esperar alguma surpresa com outro artista no Lolla brasileiro. Talvez o Noel Gallagher? Aquele foi um momento mais do que incrível para mim. Infelizmente, não há nada dessa vez. Pelo menos até agora. Mas como o convite de Paul McCartney veio no último minuto, a gente nunca sabe o que vai acontecer.
Perdemos recentemente David Bowie. Você tem algum ídolo do rock que ainda não teve a oportunidade de conhecer? Bowie era um enorme ídolo para mim. Me inspirou de várias maneiras e fiquei muito triste em saber da morte dele. Tenho uma gama de ídolos, mas gostaria demais de conhecer a Björk. Ela é maravilhosa. Admiro muito o trabalho dela e como ela sempre conseguiu se manter verdadeira em relação a ela mesma.
Você continua morando em Athens, no Alabama? O que mais gosta da cidade? Na verdade, agora eu divido meu tempo entre Nashville, no Tennessee, e Athens. Amo as duas por diferentes motivos. Tenho muitos amigos em Nashville e tem sempre algo para se fazer. Mas Athens é boa para ser criativa e para relaxar. Toda a minha família mora lá e amo ficar com eles.
É a segunda vez que vocês vêm para o Brasil. O que vocês não fizeram da primeira vez que gostariam de fazer dessa vez? Nós fomos para o Rio e para São Paulo daquela vez, mas era feriado de páscoa e muitas coisas estavam fechadas por causa disso. Então, eu acho que não conseguimos ter uma experiência completa. Tivemos uma noite ótima no restaurante do chef Alex Atala, o Dalva e Dito, em São Paulo, onde experimentamos pratos incríveis. Também fizemos passeios de turista no Rio, graças a um vôo cancelado. Eu adorei ambas as cidades, a energia, as pessoas, a comida. Espero poder ver mais coisas dessa vez.
Quais são seus planos e sonhos para a banda em 2016? Espero voltar ao estúdio e compor mais [ela possui um estúdio caseiro em Athens]. 2015 foi um ano puxado e trabalhamos muito. 2016 terá mais equilíbrio entre a turnê e o tempo para ficar em casa e criar. Eu aprecio isso demais.
O segundo álbum do Alabama Shakes é muito diferente do segundo. Sendo assim, você ainda se incomoda quando as pessoas se referem a vocês como uma banda de soul retrô? Nunca fui uma fã desse título, mas também não diria que me incomoda. Sempre pensei na gente como uma banda de rock.