Educar para revolucionar
Evento, que teve educação como tema, reuniu os escritores Marcos Piangers e Ana Cardoso, o educador Abdalaziz Moura, a química Joana Félix e contou com apresentação de Toquinho
Uma aula magna conduzida pela atriz Carla Ribas e inspirada na filósofa alemã Hannah Arendt foi o convite de embarque no tema Educar para Revolucionar, da terceira etapa do Inspira BB 2018. "Precisamos educar para a diversidade, para a valorização do diferente, e não para sermos iguais", disse. A Ph.D. em química Joana Félix subiu no palco na sequência para falar do prestigiado trabalho que faz junto a jovens que já estiveram em situação de vulnerabilidade. Com eles, Joana desenvolveu projetos premiados e patenteados, por meio de um importante trabalho de incentivo à iniciação científica no Ensino Médio e em escolas técnicas de Franca (SP).
A advogada e funcionária do Banco do Brasil Ana Lucia Bottamedi usou a profissão da mãe, costureira, para falar de suas conquistas. "Com ela, aprendi a ter responsabilidade, comprometimento, disciplina, resiliência, força e capricho. Pela educação, realizei os meus sonhos e os da minha mãe", disse no palco do evento, que teve trilha sonora ao vivo do músico Toquinho.
Na sequência, a mestra em estatística e doutoranda em psicologia social Paula Oliveira propôs uma reflexão ao expor a necessidade de considerar o lado humano no uso da tecnologia responsável e eficiente.
Observar, escutar, educar
A importância de aplicar a experiência da educação popular na educação formal como forma de capacitação e empoderamento da população foi o assunto do educador e filósofo pernambucano Abdalaziz Moura, criador de um sistema de ensino revolucionário, o Serta. E a arte – mais precisamente a dança – como um gatilho de transformação foi o foco da fala de Shirley Assis, funcionária do Banco do Brasil.
Já a aposentada Gabriela Esposito falou sobre o que aprendeu em sua experiência como educadora. "Precisamos observar e escutar os alunos". O maestro da Orquestra de Reciclados de Cateura Favio Chávez emocionou o público ao contar a realidade da população de uma região do Paraguai onde fica um lixão. Lá, Favio ensina crianças e jovens a tocar instrumentos feitos de sucata. "Não tem instrumento mais potente do que a educação", disse. A orquestra se apresentou na sequência e emocionou a plateia com talento, sensibilidade e a certeza de que educar é mesmo um ato revolucionário.
Coragem, firmeza e gentileza
"A educação dá a coragem, a segurança e a certeza de que podemos e devemos construir um mundo melhor", disse Dafne Margareth. Filha de mãe solo e com uma infância de dificuldades, a funcionária do banco – a primeira integrante da família a cursar faculdade e fluente em três idiomas – compartilhou sua conquista mais recente e difícil: aprender a nadar. "Porque as melhores coisas da vida a gente aprende vivendo e estando aberto às mudanças", disse.
No final, o casal de escritores Ana Cardoso e Marcos Piangers abordou a importância de compreendermos os nossos próprios sentimentos para entendermos o que nossos filhos estão sentindo. Paulo Caffarelli, presidente do banco, encerrou o evento falando da educação como porta para oportunidades e ruptura de um futuro predeterminado.
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Créditos
Imagem principal: Denison Fagundes