As orelhas do cão; salvação da lavoura para os surdos
Ainda sobre cães...
Hoje somos filhos da cultura que criamos e não mais da natureza que nos criou. Talvez por isso seja tão interessante saber sobre esse mundo dos animais que já não nos pertence mais...
Assisti ontem reportagem (televisão para mim é para aprender) em que o tema era acerca do funcionamento das orelhas dos cães. É um aparelho e tanto. Quando observo as enormes orelhas de Chicão (meu cão) comprovo inteiramente. Elas acompanham a direção e demonstram a intensidade dos sons com seus movimentos. Por conta disso, pessoas surdas estão sendo treinadas (não são mais os cães, note-se bem) para lerem e interpretarem esses movimentos.
Aprendendo a ler as orelhas do cão se inteiram se há sons, de onde eles provêm, qual a intensidade, se é estranho ou comum, se há ameaças e outras informações da máxima importância para quem possui tal deficiência. Uma senhora faz uma demonstração com o cão em sua casa. Depois afirma com alegria estampada no rosto e com todas as palavras, que o cão são seus ouvidos.
Isso, sem querer, me fez pensar no rabo dos cães. Seus movimentos têm muito a ver com sua personalidade, é um fato. Mas, sem dúvidas, é por onde melhor expressa seus sentimentos. É com o rabo que ele demonstra de quem gosta e de quem não gosta. É na tensão do rabo e das orelhas que ele manifesta alerta, perigo, medo, tristeza, alegria, felicidade e até arrependimento. Provavelmente um estudo sobre os movimentos do rabo do cão pudesse ter como consequência a descoberta de mais algumas outras utilidade desses magníficos animais.
Existem terapeutas que usam o cavalo e o cão para tratamento de crianças e pessoas com dificuldades motoras e psicológicas. Isso sem falar do cachorro mesmo como bicho de estimação. Porque Chicão para mim não é só um cão. É um ser que me acompanha na existência. Um companheiro.
Não, o cão não foi feito para o homem. O homem não é a medida de todas as coisas. O mundo não foi feito tendo em vista somente o homem. Somos racionais, filhos da cultura. Não mais pertencemos é verdade, mas precisamos muito mais da natureza do que imaginamos.
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Luiz Mendes
18/04/2011.