Amor próprio
Sem medo de olhar para o próprio umbigo, fizemos uma seleção das melhores fotos que deixamos de publicar ao longo de 2017 (e outras que valem a pena ver de novo)
CAMILA LUCCIOLA
Por Pedro Só Foto Jorge Bispo
Camila foi da seleção brasileira de ginástica rítmica e saiu de Salvador aos 20 anos, decidida a ser atriz. Deixou para trás o curso de dança contemporânea na Universidade Federal da Bahia para mergulhar na formação teatral da escola carioca Casa das Artes de Laranjeiras. “Eu vim para morar na cidade. Se não desse certo como atriz, iria ser qualquer coisa, mas iria ser aqui no Rio”, crava. “Sou muuuito escorpiana! Escorpiana e baiana: tá bom, né?”, descreve-se, antes de soltar uma risada gostosa.
O VERÃO DE AUTUMN
Por Autumn Sonnichsen
Fui fazer um curso de ioga com a Meghan Currie na Indonésia e voltei com uma mala cheia de cacau e fotos. Fiquei um mês lá, acordando às 4 e meia, fazendo duas práticas de ioga por dia, aula de filosofia, aula de anatomia, nadando no rio e fotografando. Era um ambiente especial: 38 mulheres, contando eu, e dois homens, perdidos numa praia pequena de areia preta com ondas tubulares. Os momentos eram cheios de gentilezas propositais e intensas. Se estivesse me procurando, meu quarto era aquele com uma pequena montanha de frutas do lado da porta. Pitaia, banana-ouro, manga, fruta-cobra. Às vezes, os pássaros roubavam as frutas. Às vezes, eram as mulheres.
CAMILA RIBEIRO
Por Autumn Sonnichsen
A Camila Ribeiro é bailarina do Balé da Cidade de São Paulo, uma das maiores e melhores companhias de dança do país. Dançando, já conheceu o mundo inteiro. Outro dia, me disse que só falta conhecer a África – ela já fez piruetas por cima de todo o resto. Nascida no Rio de Janeiro, ainda tem aquele sotaque carioca puxado, e a pele morena. Sua mãe era bailarina também, e Camila começou a dançar ao mesmo tempo em que começou a andar. Além de ser pequeno e leve, seu corpo é bem brasileiro. Mesmo: tem bunda, tem coxa, tem músculos. Tem força. Mas a minha parte preferida nela são as sardas que tem no nariz.
DANIELLE FISSER
Por Renan Dissenha Fagundes Foto Nina Keller
Tanto o rosto indonésio quanto o sobrenome de Danielle, Fisser, vêm do mesmo lugar: seu pai, Jeff, nasceu na Holanda, de uma mãe indonésia, e foi para os Estados Unidos ainda bebê. A mãe, Lori, é da Califórnia. Crescendo em Huntington Beach, uma praia um pouco ao sul de Los Angeles, Danielle teve uma infância básica de California GirI: Jeff é surfista e levava a família (Danielle tem uma irmã mais nova) para road trips de motorhome pela costa oeste norte-americana e pelo México. “Era um lifestyle total praiano. Essas experiências na infância com certeza fizeram quem eu sou hoje: superaventureira, corajosa e divertida.”
MARYAM KABA
Por Maryam Kaba Fotos Autumn Sonnichsen
Meu nome é Maryam. Sou parisiense, dançarina e moro no Rio de Janeiro. Quando eu era criança, era muito boa na ginástica rítmica e virei atleta. É difícil, um esporte de maluco, e meu relacionamento com meu corpo ficou muito intenso. Quando parei de competir, tinha que fazer alguma coisa. Foi quando criei o Afrovibe, com a minha sócia, Doris. A gente sentia falta de um esporte tão intenso quanto o nosso, mas que pudesse ser praticado no dia a dia, e por isso inventamos essa mistura de malhação com dança africana. E foi por causa do Afrovibe que fui chamada para ser destaque no Carnaval deste ano, na comissão de frente da Vila Isabel.
LAURA NEIVA E CHAY SUEDE
Por Pedro Só Foto Gil Inoue
Em março, no programa Amor e sexo, da Globo, a apresentadora Fernanda Lima perguntou ao casal: “Que declaração final vocês querem fazer um pro outro?”. Chay escreveu “Quer casar comigo?” e, pronto, ele e Laura estão até agora respondendo a perguntas sobre data da festa, cerimônia religiosa e mil e um detalhes. Embora o plano não esteja no futuro próximo, observações do tipo “nossa, tão novinhos e já casando!” causam uma reação bem incisiva no ator: “Nós somos adultos! Não acho que seja cedo pra nada”. Em uma coisa os dois concordam inflexivelmente: não querem posar de casalzinho perfeito, de fazer ceninha de comercial de margarina.
FERNANDA DE FREITAS
Por Pedro Só Fotos David Peixoto
Depois de papéis marcantes no cinema, como a estudante Roberta em Tropa de elite (2007) e a protagonista em Malu de bicicleta (2011), Fernanda encarou um desafio físico e tanto para quem tem 50 quilos distribuídos em 1,60 metro: acabou de viver uma velocista em novo projeto do diretor Tomás Portella (de Qualquer gato vira-lata), 4x100, sobre atletas da equipe olímpica brasileira de revezamento. Para tanto, trocou algumas horas semanais no estúdio de balé por uma recente paixão: o futevôlei. Na TV, ela pode ser vista atualmente na Escolinha do professor Raimundo, que estreou no canal Viva e em breve deve passar também na Globo, e em dezembro começa a gravar a nova temporada do seriado Mister Brau.
MARIANA MELLO
Por Gaía Passareli Foto Carla Arakaki
A primeira coisa que você percebe sobre a Mariana é o quanto ela é bonita. Sim, ela é muito bonita mesmo – e seria bobagem achar que a gente precisa ignorar a beleza, como se isso pudesse reduzi-la a um estereótipo. Porque a Mariana não cabe em nenhum estereótipo de garota que é só bonita. Essa é a segunda coisa que você percebe. Além de bonita, a Mari é articulada, interessante e gentil. Em minutos de conversa você aceita: a Mari é alguém que você quer ter por perto. É a mina muito gata que homens e mulheres gostariam de ter como amiga ou namorada. E ela é rapper. E mãe.
JULIA NIEMEYER
Por Autumn Sonnichsen
Julia é carioca, bióloga, professora de francês, vegana, jogadora de futevôlei e dona de uma bunda que deveria ser incluída no léxico do português brasileiro. Descrever a Julia de maneira linda e inteligente não é tarefa difícil, mas ela acaba de me enviar uma mensagem em que diz: “Hoje vejo que não somos as mesmas pessoas a cada segundo, não precisamos ser e temos que nos aceitar como seres em eterna mutação”. Talvez essa frase a descreva melhor que qualquer outra coisa que eu poderia escrever. Hoje ela é tudo o que diz acima, mas talvez amanhã não seja. Hoje é sua, mas pode ser que amanhã já não seja.
Créditos
Imagem principal: Jorge Bispo