Não faça ação, faça emoção

Afonso Poyart, diretor de 2 Coelhos, indica cinco filmes que de "ação com uma mensagem" que inspiraram sua carreira no cinema

por Marcos Candido em

Os filmes de Afonso Poyart são cheios de explosões, perseguições de carro e tiroteios. "Os filmes que faço não são de ação, mas tem ação neles", esclarece. 

Em 2012, ele dirigiu e escreveu o longa 2 Coelhos, estrelado por Alessandra Negrini, Caco Ciocler e Fernando Alves Pinto. Em 2015, foi até Hollywood para dirigir Anthony Hopkins e Collin Farell em Presságios de Um Crime. Em Junho deste ano, irá lançar Mais Que Forte o Mundo, cinebiografia sobre a vida de José Aldo, lutador de MMA. 

Crédito: Divulgação

Apesar do currículo preenchido por enredos com muita ação, o diretor nascido em Santos prefere não rotular suas obras neste gênero.  "Pra mim, fazer ação pela ação gera um conteúdo raso. Uma história pode ter ação? Sim, mas é importante que haja uma narrativa que instiga e traga uma ligação emocional", diz.

A pedido da Trip, Poyart indica alguns filmes de ação que ele classifica como "lindo lindo" e inspiraram sua carreira:

O Gosto da Vingança (Dir. Jee-woon Kim, 2005)
 "O Gosto da Vingança é um filme coreano, na linha dos longas de ação produzido por lá. É uma enredo de gângster, mas que na verdade carrega uma narrativa de amor por trás. É lindo. É visualmente violento, mas plasticamente lindo. Esses filmes que fazem essa justaposição da agressividade com essa beleza inocente, mesclando uma percepção quase masculina e feminina, é muito interessante. É lindo, lindo".

Clube da Luta (David Fincher, 1999)
"Clube da Luta evoca demais o sentimento da minha geração. Esse aspecto do consumismo, de uma sociedade baseada em acumular, ganhar e ganhar dinheiro para prosperar materialmente é contada de uma forma muito bacana. O desfecho, com uma revelação repentina, foi o que me fez criar filmes com esse twist no final".

Sicario - Terra de Ninguém (Denis Villeneuve, 2015)
"Gosto muito de Sicario. É um filme que tem componente de ação e um estilo bem realista. Ao mesmo tempo, é uma história que a gente se prende pelo personagem e pela narrativa".

O Grande Truque (Christopher Nolan, 2006)
 "O Grande Truque Foi dirigido pelo [Christopher] Nolan, um pouco depois do filmes de mais sucesso da carreira dele. É um filme que tem reviravoltas, sou muito fã dos atores e desse trabalho".

Cidade de Deus (Fernando Meirelles, 2002)
"A minha maior influência ao fazer meu primeiro filme, 2 Coelhos, com certeza foi Cidade de Deus. Quando fui ver esse filme, saí do cinema e comprei mais um ingresso e voltei na sequência. Pensei: 'como alguém faz isso no Brasil?' É um filme genial, visualmente interessante e com uma história do caralho. Se colocar os filmes mais essenciais da minha vida, Cidade de Deus tá lá no topo".

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