A insegurança que nos persegue
Insegurança Básica
Ao abrir a porta sempre há um sobressalto, uma esperança. A gente espera encontrar um mundo mais bonito, inusitado, inaugural, pessoas interessantes nos procurando, um dia de sol, um ser muito amado... Ao abrir a porta a gente espera viver.
Mas nada é para sempre e a igualdade se desiguala o tempo todo. Tudo muda. É dia e de repente já é noite. Não há avisos. O tempo tem sido objeto de negócio e perdeu seu sentido. Demoram-se anos, às vezes décadas, para se ganhar confiança e respeito, e segundos para acabar com todas nossas conquistas. Nossos erros são cometidos em átimos de segundos. As consequências às vezes somente a morte pode por fim. Na maioria das vezes erramos instantaneamente por não refletir. Depois levamos a vida toda pensando no que fizemos por não pensar. As cenas de nossos erros, tiranas, nos acompanham. Passamos o resto de nossos dias remoendo-as, recriando-as na mente em busca de melhores resultados. Sonhamos ainda em relativizar o passado para refazê-lo. As pessoas que mais amamos e às quais nos dedicamos tão completamente, podem desaparecer de repente. O chão pode sumir sob nossos pés, o mundo pode acabar.
Às vezes penso que já não importa mais saber onde se esta. Estar pertence ao passado. Ao abrir a porta tudo pode nos surpreender. Os planos, em geral, não dão certo do modo planejado. Não sabemos de fato para onde estamos indo. Em assim sendo, qualquer lugar daqui para a frente pode nos servir.
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Luiz Mendes
31/08/2011.