É tudo Veríssimo
Arthur nos prometeu uma reportagem histórica. Queria buscar suas raízes, seus antepassados
Numa tarde frugal, farejando os recônditos do Facebook, localizei uma pagina sui generis. “Veríssimos no Mundo.” Pasmo, indaguei-me: estaria ali mais galhos e ramos de minha árvore genealógica? Teclei um mensagem para a coordenadora da página. De bate-pronto recebo uma resposta de Graciete Veríssimo Grandíssimo, agradecendo o contato e dizendo a respeito de um almoço que iria ocorrer em Portugal. A grande família Veríssimo faria, dentro de semanas, um épico encontro anual. Dias depois, estava eu na cidade das oito colinas, Lisboa.
Já no primeiro dia, ora pois, minha priminha Graciete apareceu para dar as boas-vindas e contar sobre a saga dos Verissimos: África, destinos,guerras, matriarcas, elefantes, patriarcas, fado... Meus genes palpitavam de orgulho. No dia seguinte, o esperado encontro. Graciete em estado de graça me apresenta a toda a egrégora dos Verissimos.
Sou “a bola da vez”, todos querem ter uma prosa e tirar uma casquinha com o priminho da Terra do Pau-Brasil. Escuto um badalo tocando, Graciete pede para todos sentarem-se em suas respectivas cadeiras e mesas. Sendo o primo além-mar tive o privilégio de dividir a mesa do banquete com a nata dos Veríssimos. Um senhora elegante e com muita classe senta-se a nossa távola. Chama-se Vanda Veríssimo, durante muitos anos foi a primeira-dama em diversas regiões em Angola nas terras conquistadas. Contou histórias das terríveis matanças de elefantes, hipopótamos, leões e outros animais selvagens que os administradores portugueses realizavam em Angola. Enquanto conversávamos o almoço era servido e o embalo da festança ia aquecendo.
Em dado momento um senhor começou a tocar violão. O repertório navegava pelas canções do Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, o fado português e o samba de Martinho da Vila. Somos todos arrastados para fazer o trenzinho pelo salão. Chamo o artista de lado e começo a cantar em altos brados a clássica música de Roberto Leal. O salão incendeia:
“O Bate o pé, bate o pé, bate o pé. O bate o pé faz assim como eu...” O frenesi é contagiante. Vejo minhas parceirinhas Faffy e Hermínia rindo aos borbotões. Eles ensaiam um verdadeiro pancadão lusitano e repentinamente um ritmo alucinado invade a festa. Estou falando na dança do KUDURO. O delírio é pleno. Observo todo mundo com o quadril duro jogando as cadeiras. O lance é soltar as ancas e sair feito o diabo- da-tasmânia na rebolantina. O encontro foi uma dádiva onde escutei histórias majestosas e intermináveis da saga da família Veríssimo. E todos terminaram o bailado dançando o KUDURO.
Agora deu!
Ele já entrou nos recônditos metafísicos de Madagáscar. Já enfrentou quatro Kumbamelas e deu selinho no Serguei. E por isso somos gratos. Mas nos vender uma jornada ancestral e entregar um convescote de uma família homônima foi demais para nossa paciente Redação. Arthur foi para Portugal e perdeu o lugar!
Mas, como a Trip não pode viver sem um Arthur Veríssimo, pedimos a sua ajuda.
Jovem: se você se chama Arthur e seu sobrenome é Veríssimo, mande uma foto usando óculos para mechamoarthurverissimo@trip.com.br
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