O dia em que me libertar dessa agonia, desse desespero, talvez eu vá realmente me sentir livre. Porque estarei me libertando de meio século de uma servidão que me manteve subjugado desde meus 10 anos de idade. Essa coisa estranha que não somente endurece, quanto me toma um tempo medonho.
Poderei então ter paz em meu espírito, acalmar essa ânsia louca e essa pressão que vem lá do fundo das entranhas e que me deixa todo desconcertado. É quase um desacato. Uma doença que ao mesmo tempo é sua própria cura, como água salgada que de sede não sacia. Sempre presente sem dar descanso, algo que vai queimando por dentro como uma gastrite crônica. Ardores e todos os suores de uma febre que deixa trêmulo. Nervos, órgãos pulsantes pelo desejo que tremula bandeira sem vergonha.
Quando penso de quantas angústias, de quantas tristezas, incertezas, inseguranças me livrarei, já sinto uma vaga esperança. Estarei finalmente livre? Só de pensar mulheres como parceiras e não como objeto, creio que já estarei bem. Mas serei feliz? Para onde ira toda aquela energia, aquela potência?
Um pedaço de ideia insiste em se fazer pergunta: E ai, estarei vivo?
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