Vai ter gorda na yoga
A história e os movimentos corporais de Vanessa Joda vão mudar tudo que você já pensou sobre quem pode e quem não pode fazer yoga
INSCREVA-SE EM NOSSO CANAL: youtube.com/trip
A yoga foi a virada de mesa de Vanessa Joda. Mudou a forma como ela se vê, como se apresenta pro mundo, o rumo dos seus caminhos. Hoje, aos 37 anos, ela não é exatamente a mulher que planejou na adolescência, “uma executiva bem sucedida na área de Comércio Exterior”, mas é a que quer ser agora, “alguém que está em paz com seu corpo e mente, que parou de se punir, que nunca se sentiu tão em casa”.
Em 2011, Vanessa trocou um cargo de direção em uma multinacional por um curso de formação pra iogues. “Me apaixonei pela filosofia que vem junto com a prática, quis ser professora. Dividir com os outros o que a yoga me deu”, conta. Há pouco mais de um ano, abriu a própria escola, que propõe uma visão mais inclusiva da prática - ou seja, além do padrão musa-fitness-namastê. O espaço fica no bairro de Santa Cecília, em São Paulo, e leva o nome de Yoga para todos - é “bem auto explicativo” e diz muito sobre a história de Vanessa com a prática.
Em primeiro lugar, ela diz: “a yoga não escolhe - ou ao menos não deveria escolher - seus praticantes. É a gente que escolhe ela. Então, qualquer um pode e deve fazer, basta se identificar. Inclusive gente gorda. Não tem essa de quem pode e quem não pode fazer. Qualquer corpo é corpo pra yoga.”
Vanessa é prova viva de seu discurso. Os números na balança, “mais de 100 quilos”, não definem a elasticidade, o equilíbrio e a força de seu corpo. Não há nenhuma posição da yoga que ela não faça. “Descobri que não tenho limites, que meu corpo vai onde quero levá-lo.”
Mas nem sempre foi assim. Naquele passado onde Vanessa era diretora em uma multinacional, a relação com o corpo era outra. Pra ela, ser magra era um objetivo de vida. Pesar pouco facilitaria seus trânsitos. Pra isso, tomou anfetamina, fez dietas radicais, passou fome, se frustrou, se odiou. Um roteiro clássico quando o assunto é “não se aceitar”. "A gente precisa desconstruir essas regras bobas que só afastam as pessoas do que elas querem fazer.”